ATA DA TRIGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 15-5-2006.

 


Aos quinze dias do mês de maio do ano de dois mil e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste e Neuza Canabarro. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, Manuela d'Ávila, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulo Odone, Professor Garcia, Raul Carrion, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, o Pedido de Providência nº 0995/06 (Processo nº 2517/06); pelo Vereador Almerindo Filho, o Pedido de Providência nº 1044/06 (Processo nº 2600/06) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 092/06 (Processo nº 2274/06); pelo Vereador Carlos Comassetto, os Pedidos de Providência nos 0975 e 1002/06 (Processos nos 2465 e 2524/06, respectivamente); pelo Vereador João Carlos Nedel, o Pedido de Providência nº 1049/06 (Processo nº 2627/06), o Pedido de Informação nº 124/06 (Processo nº 2562/06) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 104/06 (Processo nº 2618/06); pelo Vereador Márcio Bins Ely, o Projeto de Lei do Legislativo nº 096/06 (Processo nº 2410/06); pelo Vereador Maurício Dziedricki, o Projeto de Resolução nº 068/06 (Processo nº 1755/06); pelo Vereador Mauro Pinheiro, o Projeto de Lei do Legislativo nº 077/06 (Processo nº 1955/06). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 754 e 761/06, do Senhor Paulo César Hack, Gerente de Desenvolvimento Urbano da Caixa Econômica Federal – CEF –; Comunicado nº 41725/06, do Senhor Daniel Silva Balaban, Presidente do Fundação Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. A seguir, o Senhor Presidente registrou a presença do Vereador Luiz Ferronato, do Partido da Social Democracia Brasileira, do Município de Jacutinga – RS. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Léa Maria Ferraro Biasi, Presidenta do Conselho Regional de Serviço Social do Rio Grande do Sul – CRESS 10ª Região –, que registrou o transcurso, hoje, do Dia do Assistente Social, discorrendo acerca da relevância dessa categoria para a implementação de políticas sociais no Brasil. Também, referindo-se às dificuldades impostas para o desempenho das funções de Assistente Social, em decorrência dos problemas econômicos do País, relatou o processo de regulamentação dessa profissão e cobrou mudanças nas políticas de assistência a crianças e adolescentes em Porto Alegre. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Raul Carrion, Bernardino Vendruscolo, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Cassiá Carpes, Claudio Sebenelo, Ervino Besson e Maria Celeste manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Ainda, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Senhora Léa Maria Ferraro Biasi, que agradeceu as manifestações dos Senhores Vereadores em relação ao tema abordado por Sua Senhoria em Tribuna Popular. Às quatorze horas e quarenta e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e quatro minutos, constatada a existência de quórum. Após, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador João Carlos Nedel, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em prosseguimento, o Vereador Adeli Sell formulou Requerimento verbal, solicitando manifestação da Mesa Diretora em relação à matéria sobre as atividades de Câmaras Municipais do Estado, especialmente a de Porto Alegre, veiculada ontem pela Rede Brasil Sul de Comunicação, tendo o Vereador Bernardino Vendruscolo se manifestado e o Senhor Presidente informado que a Mesa Diretora estudará medidas a serem tomadas sobre o assunto. A seguir, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o transcurso do qüinquagésimo aniversário da Escola de Educação Básica Mãe Admirável, nos termos do Requerimento nº 083/06 (Processo nº 2327/06), de autoria do Vereador João Carlos Nedel. Compuseram a Mesa: o Vereador Dr. Goulart, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; as Irmãs Celita Maria Hartmann e Jacinta Rothe, respectivamente Diretora e Vice-Diretora da Escola de Educação Básica Mãe Admirável; as Irmãs Jacinta Koenig e Alda Moura dos Santos, da Congregação das Filhas do Amor Divino, mantenedora da Escola de Educação Básica Mãe Admirável; a Senhora Maria Teresa Pereira de Martine, Presidenta da Associação de Pais e Mestres da Escola de Educação Básica Mãe Admirável; e o Professor Osvino Toillier, Presidente do Sindicato dos Estabelecimentos do Ensino Privado no Estado do Rio Grande do Sul – SINEPE/RS. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Carlos Nedel enalteceu o trabalho educacional desenvolvido pela Escola de Educação Básica Mãe Admirável, frisando a relevância do aprendizado de princípios cristãos no processo de formação das crianças atendidas por essa instituição. Nesse contexto, relatou a história de criação e crescimento da Escola de Educação Mãe Admirável, realçando a contribuição da Congregação das Filhas do Amor Divino para o sucesso desse empreendimento. O Vereador Ervino Besson parabenizou a Escola de Educação Básica Mãe Admirável pelo transcurso de seu qüinquagésimo aniversário, tecendo considerações acerca da importância do trabalho desenvolvido por essa instituição no desenvolvimento de seus alunos. Também, exaltou a integração existente entre a comunidade ligada à Escola de Educação Básica Mãe Admirável e a Igreja Católica, argumentando que a assimilação de valores cristãos contribui no amadurecimento dos jovens. O Vereador Professor Garcia, mencionando que hoje é o Dia Estadual do Educador e que São João Batista de La Salle é o Patrono da Educação no Rio Grande do Sul, homenageou o qüinquagésimo aniversário da Escola de Educação Básica Mãe Admirável, enfocando a significância do suporte dado à Escola pela Congregação das Filhas do Amor Divino. Também, teceu considerações sobre a importância histórica dessa entidade para o Bairro Cidade Baixa. Em continuidade, o Senhor Presidente convidou o Vereador João Carlos Nedel para proceder à entrega, à Irmã Celita Maria Hartmann, de Diploma referente à presente solenidade, concedendo a palavra a Sua Senhoria, que, em nome da Escola de Educação Básica Mãe Admirável, agradeceu a homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Após, foi realizada apresentação do Hino em homenagem ao qüinquagésimo aniversário da Escola de Educação Básica Mãe Admirável, interpretado por alunos dessa instituição, sob a regência do Professor Geraldino Danieli. Às quinze horas e trinta minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e trinta e quatro minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Ibsen Pinheiro posicionou-se contrariamente à divulgação, pela revista Veja, de denúncias de que o Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República, seria proprietário de uma conta bancária no exterior, alegando que esse tipo de informação, por sugerir o envolvimento, sem comprovação, em atividades ilícitas, não deveria ser publicado. Além disso, pronunciou-se acerca de questões éticas relacionadas ao exercício do jornalismo. O Vereador José Ismael Heinen analisou as notícias referentes à investigação de corrupção no Brasil, mostrando-se contrário a denúncias precipitadas de envolvimento de políticos e empresários em atividades ilegais. Também, consternou-se com o número de mortes ocorridas em São Paulo nos últimos dias, solidarizando-se com os familiares dos policiais civis e militares assassinados e afirmando que as vítimas inocentes desses atentados deveriam receber as devidas homenagens. A Vereadora Maria Celeste discorreu acerca dos problemas de segurança pública constatados no Estado de São Paulo, sustentando que os atentados realizados nos últimos dias são conseqüência da falta de investimentos e de políticas públicas efetivas nessa área pelo Governo daquele Estado. Nesse sentido, afirmou que dificuldades semelhantes são enfrentadas no combate ao crime em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul, questionando o gerenciamento dessa situação pelo Governo Estadual. A Vereadora Manuela d'Ávila contestou matéria veiculada ontem pela imprensa, a qual abordava as atividades dos Vereadores integrantes da Câmara Municipal de Porto Alegre, asseverando que essa reportagem teve um enfoque voltado a deslegitimar o trabalho deste Legislativo. Ainda, dissertou sobre peculiaridades inerentes à atividade parlamentar, julgando a utilização de ferramentas tecnológicas pelos Senhores Vereadores importante ao desempenho de seus mandatos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Nereu D'Avila apoiou proposta do Deputado Estadual Fernando Záchia, para que seja firmado pacto entre os diferentes setores da sociedade gaúcha, a fim de se construir uma agenda mínima de ações voltadas ao enfrentamento dos problemas econômicos e sociais observados no Rio Grande do Sul. Igualmente, declarou que o candidato que vencer as próximas eleições ao Governo Estadual enfrentará dificuldades estruturais para administrar o Estado. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Claudio Sebenelo destacou que índices elevados de criminalidade são resultado da falta de políticas nacionais integradas de segurança pública, criticando a atuação do Executivo Federal nessa área e comentando a onda de violência verificada no último final de semana no Estado de São Paulo. Ainda, abordou denúncias que estão sendo investigadas pelo Ministério da Justiça, de corrupção envolvendo integrantes do Partido dos Trabalhadores. A Vereadora Maria Celeste contraditou o discurso sobre segurança pública efetuado hoje pelo Vereador Claudio Sebenelo, relatando reunião a respeito do tema, promovida no dia dez deste mês em Porto Alegre pelo Fórum Regional de Segurança. Além disso, mencionou denúncias contra a gestão do Senhor Geraldo Alckmin como Governador de São Paulo, apresentadas em dois mil e três pela Associação de Oficiais da Polícia Militar e pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários daquele Estado. Na oportunidade, os Vereadores José Ismael Heinen e Claudio Sebenelo formularam Questões de Ordem acerca do período de pronunciamento da Vereadora Maria Celeste. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 059/04, 069, 080, 081, 087 e 088/06, este discutido pelos Vereadores José Ismael Heinen, Claudio Sebenelo, Luiz Braz, Carlos Comassetto e Ervino Besson, o Projeto de Resolução nº 072/06; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 061 e 079/06, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 029/06. Na ocasião, o Vereador Adeli Sell formulou Questão de Ordem quanto à necessidade de que o orador da tribuna se atenha ao tema em debate quando de pronunciamento no período de Pauta. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion afirmou que os problemas de segurança verificados no Estado de São Paulo são de responsabilidade do Partido da Social Democracia Brasileira, citando críticas à atuação do Governo desse Estado, formuladas pelo Presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar de São Paulo. Também, classificou como “desrespeitosa” a reportagem divulgada ontem na imprensa local, acerca da atuação dos Vereadores desta Câmara. O Vereador Cassiá Carpes declarou que os Governos Federal, Estaduais e Municipais fracassaram no gerenciamento dos serviços públicos de segurança, asseverando que não estão sendo elaborados planejamentos de longo prazo nesse setor. Da mesma forma, aludiu à gestão de Sua Excelência quando Secretário Municipal de Obras e Viação e prestou informações concernentes aos programas sociais implantados em Porto Alegre e direcionados ao atendimento de grupos carentes da população. Após, por solicitação da Vereadora Maristela Maffei, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor Inocente Grando, ex-Presidente da Câmara Municipal de São Valentim – RS –, falecido no dia quatorze de maio do corrente, e às vítimas da violência ocorrida no Estado de São Paulo no último final de semana. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maristela Maffei, afirmando que um dos maiores índices de violência no Brasil aconteceu durante o Regime Militar, após mil novecentos e sessenta e quatro, manifestou-se sobre o tema da segurança pública e contestou o tratamento dado a essa questão pelo Partido da Social Democracia Brasileira. Nesse sentido, declarou que a vitória do Senhor Geraldo Alckmin nas eleições presidenciais deste ano seria um retrocesso na democracia do País. O Vereador João Antonio Dib lembrou que ações de combate ao narcotráfico e ao crime organizado são submetidas à Secretaria Nacional de Segurança Pública, enfocando a falta de recursos e o desvio de verbas orçamentárias constatados nesse órgão. Ainda, reportou-se à recusa, pelo Governador de São Paulo, da ajuda oferecida pelo Governo Federal, para o envio de forças militares visando à atuação conjunta na repressão dos ataques a agentes policiais realizados naquele Estado. O Vereador José Ismael Heinen comentou afirmações de Vereadores desta Casa sobre a crise na área da segurança verificada no Estado de São Paulo, não concordando que esses atos sejam comparados com situações encontradas no País durante o período do Governo Militar e analisando aspectos culturais que se refletem no descaso da população frente às leis vigentes. Também, atentou para a redução do montante das verbas federais destinadas este ano a ações de combate à criminalidade. O Vereador Sebastião Melo teceu considerações acerca da Convenção Extraordinária realizada pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro, no dia treze de maio do corrente, em que se decidiu pela retirada da candidatura do Senhor Anthony Garotinho à Presidência da República. Além disso, defendeu o nome do Senador Pedro Simon como o mais indicado para representar esse Partido nas eleições para o Governo Federal, programadas para outubro deste ano. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do ex-Deputado Federal Hermes Zanetti. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Paulo Odone, referindo-se às eleições a serem realizadas este ano para Governador, noticiou a formação de entendimentos, envolvendo o PPS, o PSB e o PL, no sentido de se buscarem soluções para os problemas gaúchos. Ainda, mostrou-se favorável à proposta da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, de união de diversos setores políticos e econômicos com o intuito de sanar problemas estruturais da Administração Pública. O Vereador Carlos Comassetto repudiou críticas aos trabalhos desta Casa, divulgadas ontem em reportagem de veículo da imprensa gaúcha. Também, apoiou a ação do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva na área da segurança pública, aludindo aos assassinatos de policiais ocorridos em São Paulo e questionando os motivos pelos quais o Governador daquele Estado recusou o apoio federal na repressão às ações desenvolvidas pelo Primeiro Comando da Capital – PCC. O Vereador Luiz Braz, comentando o quadro de violência hoje observado no Estado de São Paulo, avaliou teses defendidas pelo Partido dos Trabalhadores no relativo à segurança pública e Direitos Humanos, alegando que esse Partido tem uma história de proteção àqueles que não cumprem a Lei e dificulta a atuação dos policiais no combate à criminalidade. Ainda, declarou seu apoio ao nome do Senhor Geraldo Alckmin como candidato à Presidência da República nas eleições do corrente ano. Às dezoito horas e oito minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Dr. Goulart, Claudio Sebenelo, Ervino Besson, os dois últimos nos termos do artigo 27, parágrafo único, do Regimento, e Ibsen Pinheiro, este nos termos do artigo 13, § 2º, do Regimento, e secretariados pelos Vereadores Haroldo de Souza e Elias Vidal, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Haroldo de Souza, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Comunicamos a presença do Presidente da Câmara de Vereadores de Jacutinga, Sr. Luiz Ferronato, do PSDB, a quem fazemos a nossa saudação. (Palmas.)

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Srª Léa Maria Ferraro Biasi, representando o Conselho Regional de Serviço Social, CRESS/10ª Região, está com a palavra para tratar de assunto relativo ao Assistente Social, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

A SRA. LÉA MARIA FERRARO BIASI: Boa-tarde, Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, demais autoridades aqui presentes, senhores representantes da imprensa, senhoras e senhores. Em nome do Conselho Regional de Serviço Social do Rio Grande do Sul/10ª Região, quero saudar todos, de modo especial os colegas Assistentes Sociais que aqui se fazem presentes, assim como os Assistentes Sociais brasileiros. Quero agradecer a possibilidade de o nosso Conselho Regional de Serviço Social estar participando desta Tribuna Popular.

Hoje se comemora no Brasil o Dia do Assistente Social. A cada ano, o Conselho Federal e os 26 Conselhos Regionais de Serviço Social escolhem um tema para ser objeto de reflexão e mobilização da categoria, bem como de divulgação da profissão junto à população brasileira. Este ano foi eleito e escolhido o tema “Os 70 anos do Serviço Social no Brasil: construindo a história na luta por uma nova sociedade”.

O Serviço Social surge no Brasil num cenário marcado pelo crescimento da sociedade urbana e industrial dos anos 30 do século XX e pela intensificação das relações sociais peculiares da sociedade capitalista. Com apoio da Igreja Católica, surgem as agências de formação dos trabalhadores do Serviço Social no Rio de Janeiro e em outros Estados brasileiros. Também foram as organizações sociais da Igreja os primeiros espaços para o exercício profissional do Assistente Social. Além da influência da Igreja Católica, o Serviço Social brasileiro sofre influência do Serviço Social europeu, dos colegas franceses e belgas e do Serviço Social norte-americano.

No Rio Grande do Sul, em 1945, foi criada a Escola de Serviço Social na Pontifícia Universidade Católica, a PUC, nove anos após ter sido instituída a primeira Escola de Serviço Social no Brasil, incorporada à PUC de São Paulo. Em 1949, os profissionais do Serviço Social são autorizados pelo Ministério do Trabalho a intervir nas questões sociais - que são as expressões das desigualdades decorrentes do aprofundamento do capitalismo no Brasil -, através de políticas sociais implementadas pelo Estado e pelo empresariado. Junto com outros trabalhadores sociais da época, o Assistente Social passa a trabalhar com a pobreza, com a exclusão, com a violência, com a discriminação, num contexto ambíguo e contraditório, em busca de respostas à questão social.

A primeira lei que regulamenta a profissão é a de nº 3.252, do dia 27 de agosto de 1957, e foi sancionada através do Decreto nº 994, de 15 de maio de 1962. Daí a razão de o dia 15 de maio ser o Dia do Assistente Social. Esse decreto dispõe sobre o exercício da profissão e cria o Conselho Federal de Assistentes Sociais e os dez Conselhos Regionais de Assistência Social. No Rio Grande do Sul, em 26 de novembro de 1963, na sede do Sindicato dos Assistentes Sociais de Porto Alegre, foi dada a posse à primeira Diretoria do Conselho Regional de Assistentes Sociais/10ª Região, composto pelos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, e com sede aqui em Porto Alegre. Daí, já na década de 90, houve o desmembramento, e hoje o Conselho Regional de Serviço Social tem como área de jurisdição o Estado do Rio Grande do Sul.

A primeira sede provisória do Conselho profissional foi na Faculdade de Serviço Social da PUC, na Praça D. Sebastião, no Colégio Rosário; após, no SESI, onde permaneceu até 1966, quando o Conselho adquiriu a sua sede própria, na Galeria Di Primio Beck, na Rua dos Andradas. Em 1983, adquiriu novas instalações, na Galeria Malcon, onde permaneceu até 1998, quando foi transferido para a atual sede, na Rua André Belo.

Na década de 60, temos que destacar o Movimento de Reconceituação, quando os profissionais do Serviço Social fizeram uma crítica contundente ao sistema vigente e às formas tradicionais de ação, propondo novos enfoques teóricos e metodológicos na América Latina.

Já na década de 70, no conhecido “Congresso da Virada”, que ocorreu em São Paulo, os convidados oficiais do III Congresso Brasileiro de Serviço Social, representados por autoridades do regime militar, foram destituídos da Comissão de Honra e substituídos por dirigentes de movimentos sindicais e populares. Esse momento se constituiu num marco que refletiu na década de 80 e 90, quando os Assistentes Sociais brasileiros iniciaram a construção de um projeto ético-político profissional, comprometido com a justiça social, com a liberdade, com os direitos humanos, com a qualidade dos serviços prestados e com a democracia.

A preocupação com a formação profissional e com a existência de um Código de Ética embasando o exercício profissional fez com que as entidades nacionais do Serviço Social - Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa de Serviço Social (ABEPSS) e o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) - desencadeassem um processo participativo de construção das novas diretrizes curriculares para o curso de Serviço Social e de um novo Código de Ética Profissional, datado de 1993.

A defesa da democracia e dos direitos humanos, a luta pela ampliação e a consolidação da cidadania, com o Estatuto da Criança e do Adolescente, o Sistema Único de Saúde, o Sistema Único de Assistência Social, o Estatuto do Idoso, da Pessoa Portadora de Deficiência, entre outras legislações, e o empenho por uma sociedade sem discriminação de classe social, etnia ou gênero expressam momentos significativos de avanço, de reflexão, de engajamento da profissão em cada rincão do País nesses 70 anos de existência.

A segunda lei de regulamentação da profissão, aprovada em 1993 pelo Congresso Nacional, trouxe inovações e avanços, além de manter as conquistas anteriores.

Ciente de que o Serviço Social é uma atividade inscrita na divisão social do trabalho, historicamente determinada pela maneira como se organiza a sociedade e, ao mesmo tempo, como resultado da atuação da categoria profissional, isto é, dos posicionamentos e respostas por ela imprimidos às demandas sociais dos diferentes grupos e classes sociais, o Assistente Social tem clareza de que o seu espaço profissional é permeado pela contradição, pode responder tanto pelas demandas do capital quanto pelas demandas do trabalho.

Tem sido significativo o protagonismo dos Assistentes Sociais na implementação das políticas sociais nos seus diversos espaços sócio-ocupacionais, bem como na gestão dessas políticas, que constituem uma estratégia e um desafio na efetivação da dimensão política da prática profissional.

A participação nas esferas de controle social e de políticas sociais possibilita aos Assistentes Sociais a vivência, o conhecimento e o engajamento na luta pela democratização e socialização dos direitos sociais conquistados e garantidos em lei, dentre eles a Assistência Social.

Assim é que, num dia de comemoração, lamentavelmente, o CRESS tem que registrar que tem sido acionado por entidades e trabalhadores sociais que estão preocupados com o destino da política de Assistência Social de Porto Alegre. A devolução de recursos financeiros do Fundo Nacional de Assistência Social, a não-presença da Direção da FASC na Mesa Diretora do Conselho Municipal de Assistência Social, a redução do Orçamento municipal da Assistência Social, os comentários para a construção de um abrigo para cem crianças, contrariando completamente os princípios e diretrizes do Estatuto da Criança e do Adolescente, são alguns dos fatos que refletem, e são de conhecimento público, as dificuldades na condução política e social dos direitos da criança e do adolescente, da Assistência Social e de um dos direitos sociais básicos da população brasileira, que é a Assistência Social.

Assim, solicitamos o apoio desta Casa para que não haja retrocesso na política e na condução da política de Assistência Social, pois, Porto Alegre, desde 1993, constituiu-se referência estadual e nacional da política de Assistência Social.

Finalizando, é necessário dizer que o CRESS/RS - Conselho Regional de Serviço Social do Rio Grande do Sul/10ª Região - tem como objetivo a defesa, a valorização e a fiscalização da profissão. O Conselho implanta a sua ação política em duas frentes: uma é voltada para os Assistentes Sociais e o Serviço Social, buscando a defesa, a valorização, o aperfeiçoamento ético das posturas profissionais; a outra é voltada para as lutas mais gerais, defendendo uma sociedade democrática e com políticas públicas que efetivem os direitos sociais da população.

Até a presente data, seguiram-se mais de 14 gestões, diretorias nos Conselhos Regionais, as quais, junto com os funcionários, deram e dão suporte político-institucional para fazer frente às lutas atinentes às políticas sociais, à participação nos fóruns de discussão, formulação e controle no desempenho de sua atribuição precípua de fiscalização do exercício profissional.

Somos mais de 3.300 Assistentes Sociais gaúchos em atividade. Funcionam 18 Escolas de Graduação, dois Mestrados e um Doutorado, enquanto, no Brasil, temos mais de 60 mil Assistentes Sociais, 26 cursos de Pós-Gradução, 18 de Mestrado e oito de Doutorado.

 Aos profissionais do Serviço Social, aos colegas Assistentes Sociais gaúchos, nossas felicitações e o reconhecimento do Conselho Regional de Serviço Social do Rio Grande do Sul pela luta por uma nova sociedade. Muito obrigada. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Raul Carrion está com a palavra, nos temos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. RAUL CARRION: Em primeiro lugar, em meu nome e em nome da Verª Manuela d’Ávila, quero trazer a nossa saudação ao CRESS da 10ª Região, através da Srª Léa Maria Ferraro Biasi, sua Presidente. Quero dizer da minha grande admiração por essa categoria, cujo trabalho não se confunde com qualquer visão assistencialista. Eu tive a honra de compartir esse trabalho quando, em 1991, fui Presidente da Fundasul, pude conhecer o grande trabalho, a capacidade técnica e a visão avançada, progressista, que as Assistentes Sociais do nosso Estado têm. A Fundasul tinha mais de 60 centros sociais urbanos no Estado, entre eles a Universidade do Trabalhador, o Centro Vida, num trabalho, sinceramente, exemplar. Acho que se regrediu ao municipalizar, é minha opinião, porque se perdeu a visão de uma política assistencial mais ampla. Quero dizer também que nós temos as mesmas preocupações expressas aqui por V. Sa. no sentido dos riscos de um retrocesso nessa visão, voltando-se a uma visão assistencialista ou a uma visão profilática, de limpar as ruas da Cidade dos menores que vivem na rua, dos moradores de rua.

Então, queremos não só a parabenizar pelo trabalho que vem sendo feito, mas por sua vinda hoje, aproveitou o Dia não só para tecer loas a tão importante categoria, mas também para trazer as preocupações dos Assistentes Sociais sobre retrocessos no nosso Município, retrocessos que têm repercussão, evidentemente, no Estado, porque Porto Alegre é uma referência para qualquer política social em todo o nosso Estado. Parabéns, uma grande saudação minha e da Verª Manuela d’Ávila. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Ver. Carrion.

O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Prezada Léa Maria Ferraro Biasi, Presidente do Conselho Regional de Serviço Social; é um prazer muito grande vê-la aqui, na luta em manter aquilo que foi conquistado pela Assistência Social em nosso Estado. Quero dizer que nós falamos em nome dos Vereadores do PMDB - Ver. Sebastião Melo, Ver. Ibsen Pinheiro, Ver. Haroldo de Souza - e que estamos apoiando essa luta. Achamos que em nada podemos retroceder naquilo que se conquistou em nível de Assistência Social. É uma alegria muito grande vê-la aqui, nessa luta, assim como é uma alegria muito grande ver todos esses jovens que aqui estão, que são o futuro do nosso País. E eles, aqui, podem ver - e nós acreditamos - que nem tudo está perdido, assim como nem todos somos iguais enquanto homens públicos, que este País merece mais do que nós estamos vendo aí; este País tem futuro. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: É com muita honra que nós damos as boas-vindas à Srª Léa Maria Ferraro Biasi, Presidente do Conselho Regional de Serviço Social, em nome da Bancada do Partido Progressista, constituída pelo Ver. João Antonio Dib, pela Verª Mônica Leal e por este Vereador. Queremos cumprimentá-la pelo grande trabalho que as Assistentes Sociais fazem em nosso Estado.

Em 1961, eu trabalhava no Sesi e recordo a imensa contribuição que o Sesi deu ao Serviço Social, inclusive está no seu nome: Serviço Social da Indústria. Lembro-me de alguém que, para mim, é o grande ícone dos Assistentes Sociais, que é Seno Cornely, realmente uma pessoa incentivadora, uma pessoa trabalhadora. Emociono-me em ver todo esse trabalho que é feito em favor da Assistência Social, tão desprotegida em nosso País.

Eu queria lhe comunicar, Srª Léa, que está já na Ordem do Dia um Projeto, de minha autoria, chamado Sensibilidade Social, que permite àqueles que fizerem uma doação ao Fundo Municipal de Assistência Social um abatimento no seu IPTU ou no seu ISSQN em até 50% dessa doação. Acho que será uma contribuição muito forte, para que o Município possa realizar esse trabalho de Assistência Social.

Meus parabéns a V. Sª e aos Assistentes Sociais pelo grandioso trabalho que fazem pelo bem comum da nossa sociedade. Parabéns. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Meus cumprimentos ao Exmo. Sr. Presidente desta Casa, em especial à Srª Léa Maria Ferraro Biasi, Presidente do Conselho Regional de Assistência Social. Em nome do Partido da Frente Liberal, da Liberal Democracia, quero cumprimentar V. Sª e todos os Assistentes Sociais pelos 70 anos de existência, de luta desse Conselho.

Ouvi V. Sª colocar, com muita ênfase, um marco por uma política ética tão necessária. Não sei se ela se desencadeou ou se temos que reforçá-la, mas tenho certeza de que as Assistentes Sociais lutam permanentemente por uma verdadeira Assistência de eqüidade social, de dignidade humana.

Em nome do PFL, novamente em nome da Liberal Democracia, nós nos colocamos à disposição para o que V. Sa. tão brilhantemente falou: pela luta de uma nova sociedade, uma sociedade mais digna, mais justa, com mais emprego, com mais eqüidade e justiça social. Parabéns. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, quero saudar a nossa Presidente, Dona Léa Maria, é uma satisfação tê-la nesta Casa, seja bem-vinda, parabéns. Ao mesmo tempo, quero me referir a um passado recente, quando eu, como atleta e depois como treinador, notei como era importante a presença da Assistente Social entre os jovens nas categorias de base, para sua progressão, para uma formação boa, um tratamento com a família, aquele intercâmbio com a sociedade. Ali eu comecei a presenciar o trabalho excelente e a valorização do trabalho de vocês.

Quero dizer que também recebi aqui a informação de que a FASC está preocupada e vai se reunir no dia 16 de maio, amanhã, para propor ao Prefeito um concurso público para ampliar a capacidade, já que houve um aumento do número de programas, um aumento da demanda na área da Assistência Social. Eu fico muito contente com isso e quero dizer que a Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, através deste Vereador, que é Líder, e dos Vereadores Alceu Brasinha e Ver. Elói Guimarães, está à disposição do Conselho. Nós compreendemos que o Assistente Social é muito importante neste momento da vida brasileira, neste momento das dificuldades sociais. Parabéns, um abraço a todos. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Eu queria, ao saudar a Srª Léa Biasi, abraçar a todos os Assistentes Socais, que têm como característica de trabalho a falta de tudo; há falta de estrutura para o Assistente Social em todos os níveis de Governo. Não há uma política nacional de Assistência Social, e isso se reflete na cidade de Porto Alegre.

E quero dizer-lhe, Drª Léa, que durante os últimos anos, sistematicamente, a cidade de Porto Alegre, que teve uma das piores assistências à criança, tem recebido o Prêmio Abrinq como a melhor cidade do Brasil em termos de assistência à criança! Depois, foi-se ver que os dados estatísticos não conferem com a realidade. Uma realidade muito maior de abandono, de carências, e evidentemente uma piora no nosso quadro social - como os indicadores apresentaram a partir da última sexta-feira de madrugada, sábado e domingo, em São Paulo, sobre um fenômeno que se generaliza em todo o País. A questão é também de Assistência Social, mas é de prevenção. As políticas governamentais são inexistentes, a ponto de vermos uma seqüência de fatos constrangedores, em que o Estado paralelo vence sempre o Estado oficial.

Isso é o que devemos compreender neste momento em que há uma crítica muito forte à Assistência Social em Porto Alegre. Por exemplo, Porto Alegre nunca devolveu um cruzeiro à Assistência Social; o que houve foi que Porto Alegre não conseguiu, que é outra coisa. Não houve essa devolução, e quem lhe deu essa informação deu-a de uma forma evidentemente mal-intencionada e maligna.

Agora, quero dizer-lhe que compreendo as reclamações, pois, em qualquer Conselho Tutelar que se vá, em Porto Alegre, as Assistentes Sociais se vêem a braços com as questões, inclusive de encaminhamento das crianças e dos adolescentes, enquanto os nossos homens e mulheres de rua estão aí para atestar a sua preferência pela rua, quando não há mais nada a fazer dentro da família, dentro de suas casas. O trabalho da Assistente Social para nós talvez seja uma referência como nos países mais pobres do mundo, como se fossemos um país africano, tal a carência de recursos na área social em todos os níveis, em todos os estamentos. É isso aí, professora. Um abraço para a senhora. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Ervino Besson está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ERVINO BESSON: Meu caro Presidente, Ver. Dr. Goulart; Srs. Vereadores, Vereadoras; Drª Léa Maria Ferraro Biasi, aqui representando o Conselho Regional de Serviço Social, quero saudá-la e cumprimentá-la em nome do PDT, em meu nome, em nome do nosso querido Presidente, do Ver. Nereu e dos Vereadores João Bosco Vaz, Mario Fraga e da Verª Neuza Canabarro. Este cumprimento muito fraterno da Bancada do PDT à senhora nós queremos transmitir a todos os Assistentes Sociais que estão aqui presentes e àqueles que não estão, porque, se há uma profissão digna, por que temos de ter o maior respeito, é a de vocês.

Todos nós lutamos por uma sociedade mais justa, por uma sociedade mais digna, e isso passa, sem dúvida nenhuma, pelo crivo dos nossos Assistentes Sociais. Portanto, minha cara Dona Léa, a Casa se sente muito honrada em recebê-la aqui. Desejamos muita paz, muita saúde! Que vocês continuem desempenhando esse trabalho com muita dignidade, como o fazem até hoje. O nosso mais carinhoso abraço. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª Maria Celeste está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Quero saudar especialmente a Léa Biasi, Presidente do Conselho Regional de Serviço Social. É com muita alegria que a recebemos no dia de hoje, Dia da Assistente Social, uma bela data para se marcar e para discutir, de fato, o que significa o papel da Assistente Social, sobretudo no Município de Porto Alegre.

Quero dizer, Dona Léa, que, a partir do Conselho Municipal de Assistência Social no nosso Município, lá nos idos de 1995, nós tivemos o privilégio nesta Cidade, como em tantas outras do País, de mudar o enfoque da Assistência Social: do assistencialismo, do clientelismo para a política da viabilização dos direitos necessários adquiridos pelas mais diversas camadas da população, sobretudo para as crianças, adolescentes, jovens, idosos, mulheres, homens, aqueles mais excluídos da nossa sociedade. Por isso é que nós ficamos tão estarrecidos com o seu pronunciamento, quando notamos que Porto Alegre, nesse último período, a partir desta nova Administração, está indo na contramão da história, na contramão do que prega a LOAS, na contramão do que prega o Estatuto da Criança e do Adolescente, retomando uma prática de primeiro-damismo, de assistencialismo, de clientelismo na nossa Cidade. Estamos muito preocupados, sim.

Assim como a senhora veio a esta tribuna, na semana passada o Fórum de Entidades esteve aqui fazendo uma forte denúncia sobre a questão de devolução de recursos importantes na ordem de dois milhões de reais para a Assistência Social no Município de Porto Alegre. Tão logo tivemos essa denúncia da Tribuna Popular, nós, da Comissão de Direitos Humanos, e o nosso Presidente, Ver. Todeschini; mais a Verª Manuela, da Comissão de Educação, Cultura e Esporte; e a CEFOR, por meio da Verª Maristela Meneghetti, convidamos todos os Vereadores e todas as demais Comissões que quiserem se agregar para uma Audiência Pública que será marcada nos próximos dias. Como a senhora traz essas denúncias graves e sérias, reiterando o que o Fórum de Entidades vem colocando, queremos já convidar a sua Instituição para estar presente nessa Audiência e poder fazer uma explanação maior, para que também os Vereadores tenham a possibilidade de fazer perguntas de uma forma não tão formal, como acontece aqui na Tribuna Popular, para compararmos, por meio de documentos, se de fato as denúncias trazidas pelo Fórum e pela senhora são verídicas ou não na questão da devolução de recursos da cidade de Porto Alegre.

Parabéns pelo Dia da Assistente Social, parabéns pela iniciativa, e estamos aqui dispostos, sempre, a atuar nessa área com muita força e muita coragem. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Vereadora.

Srª Léa Maria Biasi, sabemos que 59 mil famílias em Porto Alegre vivem em situação de miséria absoluta, estendendo isso a 240 mil pessoas; são 615 crianças que perambulam pelas ruas de Porto Alegre neste ano, e o pré-natal da Rede Pública alberga, entre suas grávidas, um número de 27,4% de pacientes abaixo de 18 anos, então nós temos de nos preparar e ver a importância da Assistência Social.

Eu mesmo, no trabalho que desempenho no Hospital Fêmina, só posso levar adiante o meu tratamento do câncer porque tenho como anjo da guarda o serviço de assistência social daquele Hospital, que vai buscar a paciente desgarrada, e às vezes é a falta de passagem que não permite que o paciente termine o seu bendito tratamento contra o câncer.

Então, esta Casa afirma, neste momento, a importância da Assistência Social na implementação, na afirmação e até na criação de políticas públicas muito mais objetivas para o social da nossa Pátria. Muito obrigado.

 

A SRA. LÉA MARIA FERRARO BIASI: Eu quero agradecer, enfim, a possibilidade, a oportunidade de estarmos aqui na Tribuna Popular. O Conselho Regional de Serviço Social sente-se muito honrado de poder participar deste espaço. Fico contente de saber que as questões que têm chegado, trazidas pelas entidades sociais e pelos trabalhadores sociais, já estão tendo eco nesta Casa, e que poderemos ampliar essa discussão para que a democracia, para que as políticas sociais continuem efetivando os direitos sociais aqui na cidade de Porto Alegre.

Aproveito a oportunidade para dizer que nós vamos entregar, nas Bancadas, este material que trata da nossa profissão, porque é muito comum se confundir o profissional Assistente Social com a política de Assistência Social. Então, nós temos um material que vai ser entregue nas Bancadas, esclarecendo o que compete ao profissional de Serviço Social. Então, aos Srs. Vereadores e às Sras Vereadoras o nosso agradecimento. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Suspendemos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h43min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart – às 14h44min): Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Requerimento): Sr. Presidente, em função da homenagem programada para a Escola de Educação Básica Mãe Admirável, eu solicito que o período de Comunicações anteceda o período de Grande Expediente.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. João Carlos Nedel. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. ADELI SELL (Requerimento): Sr. Presidente, dada a matéria que saiu ontem na RBS TV sobre as Câmaras Municipais, em particular desta, eu requeiro a V. Exª a posição da Presidência desta Casa, da Mesa Diretora, uma tomada de posição. Acho que foi uma matéria deseducativa, porque aqui nós trabalhamos como ninguém trabalha. Se uso o lep top, se leio jornal, se discuto com algum colega, é porque isso faz parte da atividade parlamentar. Houve um processo de deseducação, e sou o primeiro a criticar quando nós erramos, e assumo parte da responsabilidade, porque sou parte dos 36 Vereadores desta Casa.

Nós já tivemos um ataque de um chamado jornalista que levantou dados completamente equivocados sobre a norma que existe a respeito dos gastos com combustível, desgaste do carro, etc. e tal, que é dentro da nossa cota, e foi feito de uma forma totalmente equivocada. Acho que deveríamos ter respondido de uma forma mais dura.

Sei que V. Exª respondeu, eu respondi, repliquei esta semana. Nós temos que defender o Parlamento, porque acho que há muita gente querendo a volta da ditadura e o fechamento do Parlamento. (Palmas.)

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: A Bancada do PMDB, só para não ser repetitivo, avaliza o que colocou o Ver. Adeli Sell, nosso colega representante do PT. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Ver. Adeli Sell, o esclarecimento solicitado por V. Exª procede. A Mesa e as Lideranças estiveram reunidas na manhã de hoje, e estamos com uma estratégia de comportamento que, oportunamente, ainda no dia de hoje, passaremos a Vossa Excelência.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Hoje este período é destinado a assinalar o transcurso do 50º aniversário da Escola de Educação Básica Mãe Admirável, uma proposição do Ver. João Carlos Nedel.

Convidamos para compor a Mesa a Irmã Celita Maria Hartmann, Diretora da Escola de Educação Básica Mãe Admirável; Irmã Jacinta Rothe, Vice-Diretora da Escola; Irmã Jacinta Koenig, representante da Mantenedora da Província das Irmãs Filhas do Amor Divino; Srª Maria Teresa Pereira de Martine, Presidenta da Associação de Pais e Mestres da Escola; Irmã Alda Moura dos Santos, Coordenadora da Equipe de Educação da Província; Professor Osvino Toillier, Presidente do Sindicato dos Estabelecimentos do Ensino Privado no Rio Grande do Sul. (Palmas.)

O Ver. João Carlos Nedel, proponente desta homenagem, está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) A homenagem que estamos fazendo à Escola Mãe Admirável se presta igualmente a dar ênfase à inestimável presença da Igreja Católica não só em Porto Alegre como também em todo o Brasil.

A vida das organizações sociais tem a duração ditada pela eficácia na ação em busca dos objetivos para os quais foram criadas. Curiosamente, entretanto, o número de organizações duradouras é muito pequeno em todo o mundo. Penso que a causa muito provável dessa extinção seja o fato de que os objetivos da grande maioria são de difícil alcance e também porque são mal trabalhados.

Ora, em meio à histórica precocidade da morte das organizações, entretanto, sobressai, de modo singular, a longevidade geral das organizações ligadas à Igreja Católica, ela mesma a mais antiga de todas, com mais de dois mil anos de existência. Onde quer que alguma das ordens religiosas da Igreja tenha chegado, em qualquer ponto do mundo, a partir daí se tem instalado obras que tomam a forma de organizações sociais, de saúde e de ensino, cuja permanência se tem perenizado assim como os frutos do seu labor santo. Aqui mesmo, nesta Casa, senhoras e senhores, já tivemos a oportunidade de homenagear diversas dessas organizações, especialmente escolas e hospitais, como, por exemplo, a Santa Casa de Misericórdia, com mais de 200 anos; o Colégio Rosário, com 101 anos; o Colégio Champagnat, com 85 anos, e o Pão dos Pobres de Santo Antônio, com 110 anos. Isso para citar apenas alguns que me vieram de imediato à memória. O que tinham de comum entre si essas organizações? Em todas elas a característica mais comum e predominante é a orientação cristã voltada para o serviço comunitário e apoiada por um trabalho eficaz de resultados conhecidos e de efeito multiplicador.

Relembro aqui as palavras de Dom Altamiro Rossato, nosso Arcebispo Emérito: “Aos que costumam sugerir que a Igreja deveria se restringir às atividades puramente espirituais lembro que, se da noite para o dia, a Igreja resolvesse aceitar a sugestão e abandonasse todas as obras que fundou e mantém no Brasil, certamente se instalaria o caos no País, especialmente nos campos da saúde, da educação e da assistência social.” Graças ao bom Deus, a Igreja, que é mãe e mestra, jamais cogitaria de se afastar de sua ação secular, consciente de que é insubstituível no papel que desempenha em favor de homens e mulheres, escrita no tempo e no espaço, apesar de ser eterna sua destinação.

A Escola Mãe Admirável, que agora homenageamos, é uma dessas organizações humanas que se mantém no campo e no espaço. Criada no seio da Igreja e confiada à orientação da Congregação das Filhas do Amor Divino, foi fundada por Madre Francisca Lechner, mas nasceu da preocupação do então Arcebispo Dom Vicente Scherer, preocupado com a situação de abandono em que viviam as meninas do bairro Cidade Baixa, aqui bem próximo.

Dom Vicente solicitou ao Padre Urbano Algayer, então responsável pela Paróquia Santo Antônio do Pão dos Pobres, que providenciasse a vinda das Irmãs Filhas do Amor Divino, da Província Nossa Senhora da Anunciação, que tinham como Provincial a Madre Cantalicia. Em 20 de maio de 1956, a Escola Mãe Admirável dava inicio às suas atividades, com 121 alunas, em regime de semi-internato. Ela se transformou, sim, ao longo do tempo, para adequar-se às injunções legais e às necessidades da educação moderna. Mas, nesses 50 anos de existência, inteiramente dedicados ao ensino e à educação de jovens, a Escola Mãe Admirável priorizou sempre a formação contínua, humana e cristã, tendo em vista educar na fraternidade, também envolvendo as famílias dos alunos no cultivo dos valores perenes, o que identifica a presença da marca-força do amor divino. Seu trabalho junto à comunidade leva a uma visão crítica do mundo, da sociedade, da pessoa humana e da história, incentivando em cada um o exercício da cidadania.

Mais, muito mais, eu poderia dizer sobre a Escola Mãe Admirável e sobre as Irmãs Filhas do Amor Divino. E tudo que dissesse ainda seria muito pouco para qualificar a sua presença em nossa comunidade. O mais importante de tudo é o inteiro cumprimento da vocação cristã, que contempla em cada aluno uma pessoa integral, corpo e alma, nascida para a felicidade terrena e orientada para a felicidade eterna, na presença de Deus.

Parabéns à Escola Mãe Admirável e às Irmãs Filhas do Amor Divino pelo excelente trabalho que vêm realizando nesses 50 anos em Porto Alegre. Em nome da Bancada do Partido Progressista, que represento nesta Casa, juntamente com o Ver. João Antonio Dib e a Verª Mônica Leal, apresento estes cumprimentos e agradeço o imenso trabalho que têm prestado à educação.

 

O Sr. Elói Guimarães: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Carlos Nedel, eu gostaria de juntar o Partido Trabalhista Brasileiro à manifestação de Vossa Excelência - Vossa Excelência fala pelo Partido Trabalhista Brasileiro, quando homenageia a educação, a educação cristã, nesses momentos tão graves por que passa o País. E é exatamente na educação que está o desenvolvimento das crianças e a solução para os graves problemas que estamos enfrentando. Portanto, quando a entidade comemora meio século de atividades no terreno da educação, queremos nos juntar à manifestação. Obrigado.

 

O Sr. José Ismael Heinen: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nedel, muito obrigado por esta oportunidade. Quero parabenizá-lo por esta justíssima homenagem, por tratar-se de uma unidade educacional, particular, voltada para a solidariedade, voltada para a religiosidade. Eu acredito que a ética, a igualdade dos povos, a igualdade de tudo está baseada na educação. Se nós tivermos uma educação única, firme, voltada para a igualdade do indivíduo, com certeza estarão resolvidos todos os problemas que nós, hoje, tanto debatemos no nosso País. Ver. Nedel, meus parabéns, parabéns aos dirigentes e professores desse educandário. Parabéns, e muito obrigado por esta oportunidade, nobre Vereador.

 

A Srª Manuela D’Ávila: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Carlos Nedel, eu gostaria de parabenizá-lo pela iniciativa, bem como parabenizar todos vocês que constroem a Escola Mãe Admirável, os estudantes que estão alegrando o nosso Plenário e que estão alegres por estarem aqui na Câmara. Eu conheço, pessoalmente, uma de vocês, por quem aprendi a ter um enorme carinho. E tenho a convicção de que é assim que todos vocês e todas vocês constroem a educação nesta Escola, que também é um símbolo de educação de qualidade na nossa Cidade. Muito obrigada, Vereador. Parabéns. (Palmas.)

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu também quero cumprimentá-lo, da mesma forma, Ver. Nedel, e, em nome da Bancada do PMDB, trazer esse cumprimento a todos vocês, bem como aos alunos. Também quero registrar que, por felicidade, a minha filha, a Andréia Vendruscolo, há 15 anos, estudou na Escola Mãe Admirável, e eu tenho boas lembranças de vocês. Nossos parabéns! (Palmas.)

 

A Srª Maria Celeste: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero saudar o Ver. João Carlos Nedel, a Direção da Escola Mãe Admirável, os educadores, professores, alunos que estão aqui. Em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, eu quero dizer que esta homenagem é importante, porque reconhece o trabalho que a Escola faz no resgate da cidadania, dos valores, da educação religiosa, reconhece a importância que tem uma Escola de qualidade para alunos da nossa Cidade. Portanto, Ver. João Carlos Nedel, parabéns pela lembrança; parabéns para a Escola, por esta justa homenagem. (Palmas.)

 

O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Primeiro, parabéns pela beleza do nome: Mather Admirabilis; segundo, pela importância da educação num País que hoje se envolve numa doença universal que é a falta de educação. Os indicadores no País de como nós não temos educação são assustadores. Vocês começaram um trabalho lá atrás, ainda no século passado, com cento e poucas crianças de rua, ali em volta do bairro, e o desenvolveram dessa maneira, por isso a cidade de Porto Alegre está em festa hoje por recebê-los. Obrigado, Ver. Nedel. Meus parabéns. (Palmas.)

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Portanto, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em nome da totalidade dos moradores de Porto Alegre, que esta Casa aqui representa, agradece à Direção, às Irmãs, aos funcionários, aos professores e aos alunos pelo exemplo, pelo testemunho e pelo grande trabalho em prol da educação e do futuro do nosso País. Façamos votos e pedimos para que nosso Senhor Deus perpetue essa obra para o benefício de todos. Parabéns. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. João Bosco Vaz.

 

O SR. ERVINO BESSON: Exmo. Ver. Ibsen Pinheiro, na presidência dos trabalhos. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) A Escola Mãe Admirável nasceu da preocupação do nosso querido Arcebispo Dom Vicente Scherer, in memoriam, que deixou tantas histórias marcantes em sua trajetória, eu cito, por exemplo, o seu trabalho extraordinário na Santa Casa de Misericórdia e também na fundação da Escola Mãe Admirável. Essa Escola tem prestado um relevante trabalho social, principalmente aos nossos jovens; quando foi fundada atendia somente meninas e, hoje, atente também meninos, numa história, meus caros colegas Vereadores, que teve início há meio século: o dia de sua fundação foi em 20 de maio de 1956. A primeira Diretora foi a Irmã Inês Becker, assessorada pelas Irmãs Agostinha, Hilária, Maria Torchetto e tantas outras pessoas; no início, a Entidade atendeu 121 alunas na nossa Cidade Baixa - na época, os Irmãos Lassalistas atendiam somente jovens meninos. Quis o dom divino que as Irmãs viessem a Porto Alegre e abrissem essa Escola para atender nossas queridas meninas.

Hoje é um dia extremamente importante para esta Casa. Há pouco, meu caro Ver. João Carlos Nedel, nós prestamos aqui uma homenagem pela passagem do Dia do Assistente Social; esses profissionais prestam um relevante trabalho para a Cidade, e se fez presente aqui uma senhora... Agora, a Casa está prestando esta homenagem, por iniciativa do Ver. João Carlos Nedel, à Escola Mãe Admirável.

Ontem comemoramos o Dia das Mães. Vocês, queridos meninos e queridas meninas, todos abraçaram suas mães ontem, não é? Que coisa mais linda! Cheguem em casa hoje à noite e digam: “Mãe, a Câmara Municipal prestou uma homenagem por iniciativa do Ver. Carlos Nedel e de todos os Vereadores e Vereadoras da Casa, e agora vou te dar um outro abraço, mãe, porque nós estudamos em uma Escola que tem o nome ‘Mãe Admirável’. Que coisa mais linda! Como Deus é bom! Como Deus prepara as coisas ao natural! As coisas vêm ao natural, com essas abnegadas pessoas, que são vocês, minhas queridas Irmãs, professoras, professores, educadores, enfim, toda a equipe de funcionários que trabalham na Escola, alicerçada, logicamente, pela Associação de Pais e Mestres, que dá aquele apoio sempre necessário para as nossas escolas. Portanto, desde o dia da fundação da Escola, essa integração entre a Igreja e a comunidade é de extrema importância. E deu-se início, há 50 anos, ao alicerçamento, ao resgate da cidadania das nossas jovens. Vejam a importância disso para a nossa Cidade, para a nossa comunidade e, principalmente, para um Bairro de Porto Alegre, o Cidade Baixa.

Minhas queridas Irmãs e toda aquela grande família que trabalha nessa Escola, também vocês, alunos e alunas, recebam da nossa Bancada o mais fraterno e carinhoso abraço. Que Deus ilumine sempre essa caminhada de vocês! Fazemos votos de que continuem prestando esse relevante trabalho social para a nossa Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): O Ver. Professor Garcia está com a palavra, por cedência de tempo da Verª Maristela Meneghetti.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Ver. João Carlos Nedel, primeiramente quero parabenizá-lo por esta iniciativa de comemorarmos hoje, nesta Casa, o aniversário de 50 anos da Escola Mãe Admirável. Hoje é uma data especial, e é importante resgatar que o dia 15 de maio é o Dia do Educador no Rio Grande do Sul. O Governador Ildo Meneghetti instituiu o dia 15 de novembro para uma menção, colocando São João Batista de La Salle como Patrono da Educação no Rio Grande do Sul. Hoje, dia 15, é Dia de La Salle.

Prezadas Irmãs, digo isso com muito orgulho porque talvez as senhoras não saibam do vínculo que este Vereador teve com a sua Escola. Durante 21 anos da minha vida, de 1976 a 1996, tive a oportunidade de trabalhar no Colégio Nossa Senhora das Dores, na Rua Riachuelo, e lembro-me de que a Escola de vocês, naquela época, só tinha o Ensino Fundamental. Os alunos, ao saírem dessa Escola, faziam o antigo 2° Grau, hoje Ensino Médio, no Colégio Nossa Senhora das Dores. Para nós isso era uma alegria porque os alunos vinham também de uma Escola confessional, com uma boa base de sustentação, de filosofia e, principalmente, com algo de que precisamos neste mundo atual, que são os valores. Valores esses que estamos perdendo, infelizmente, no dia-a-dia, numa sociedade conturbada, a sociedade está perdendo as suas diretrizes. E é por isso que, cada vez mais, se torna importante o papel da escola no sentido de, realmente, desde a primeira infância, constituir bases sólidas para a formação.

E essa Escola tem, dentro da sua mantenedora, a Ordem das Filhas do Amor Divino da Providência Nossa Senhora da Anunciação, essa raiz, a função de evangelizar, a função de trazer a Boa Nova numa visão educacional. Li aqui que, no dia 20, daqui a cinco dias, serão comemorados esses 50 anos. Lembro-me de que, logo no início, conhecíamos a Escola como “Gima”, era a tradicional escola de Porto Alegre, aqui ao lado do Santo Antônio, do Pão dos Pobres, o Gima, que era o Ginásio Mãe Admirável. Depois, em 1978, foi constituída a Escola de 1º Grau Mãe Admirável; e, em novembro de 1996, foi aprovada, então, a Escola de 2º Grau, hoje, Ensino Médio.

Quero, mais uma vez, parabenizar a Escola pelos seus 50 anos; parabenizar o Ver. João Carlos Nedel por esta iniciativa; vejo ali o Geraldino, que foi professor dos meus filhos em uma outra escola. Quero registrar que, hoje, esta Casa está em festa, mas quem está em festa, na realidade, é a cidade de Porto Alegre, por vocês trazerem uma educação de qualidade e, principalmente, uma educação baseada em princípios de valores! E, quando se tem valores, esses são eternos, perenes, seja qual for a sociedade, sejam quais forem as mudanças que estamos enfrentemos. Nós temos a certeza de que a comunidade toda, as senhoras, os senhores buscam uma sociedade mais justa, mais fraterna. Parabéns a todos os senhores e senhoras! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): Não havendo mais inscrições, convido o Ver. João Carlos Nedel a proceder à entrega do Diploma alusivo à homenagem à Irmã Celita Maria Hartmann, Diretora da Escola de Educação Básica Mãe Admirável.

 

(Procede-se à entrega do Diploma.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): A Irmã Celita Maria Hartmann está com a palavra.

 

A SRA. CELITA MARIA HARTMANN: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Aproveito este momento tão importante para agradecer a presença de professores, alunos, ex-alunos, pais, senhores e senhoras, que se unem a nós para comemorar os 50 anos da Escola Mãe Admirável.

No dia 20 de maio a Escola Mãe Admirável completará 50 anos de história, história essa que começou com o incentivo de Dom Urbano Algayer, a convite de Dom Vicente Scherer, na época Pároco da Igreja Santo Antônio do Pão dos Pobres. Seu convite às Filhas do Amor Divino e a dedicação da Irmã Inês Becker, primeira Diretora, e de demais representantes da comunidade resultaram na concretização da idéia de se ter uma escola católica para meninas, que mais tarde se tornaria mista. Desde então, com a presença de pais, alunos, professores e amigos, a Escola, enquanto comunidade de ensino, vem crescendo gradativamente e, nos seus últimos anos, tem dado passos corajosos no sentido de avançar em melhoria de espaço, adequação e inovação pedagógica, amparados nas bênçãos de nossa querida padroeira, Mãe Admirável.

Assim dizia Dom Hélder Câmara: “Quando sonhamos sozinhos, é um sonho; quando sonhamos juntos, é o começo de uma nova realidade. O sonho faz parte do humano que há dentro de nós, e concretizar esse sonho faz parte do ser que nos tornamos quando estamos unidos em torno de um mesmo objetivo”.

Foram 50 anos de caminhada, de história de vida e de memória, e a Escola Mãe Admirável, como uma grande família, procurou caminhar, lutar de forma dinâmica, dando abertura ao novo, procurando fortalecer cada vez mais a participação, superando dificuldades, pois, como já afirmava Fernando Pessoa, “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”, contexto presente no ideal de nossa fundadora da Congregação da Filhas do Amor Divino, Madre Francisca Lechner. A grandeza da alma de nossa Escola se insere nos seus princípios: fazer o bem, alegrar, tornar feliz e conduzir ao céu. Educar hoje é um desafio a ser enfrentado e aceito, quando acreditamos que a realidade pode ser transformada. Por isso, a Escola Mãe Admirável, nesses seus 50 anos de caminhada, de história e de trabalho, prioriza - como já foi colocado - os valores de nossa fundadora, Madre Francisca Lechner, educando mentes e corações, formando cidadãos e cidadãs conscientes, responsáveis, que constroem uma sociedade justa e fraterna.

Somos profissionais de uma instituição de valor, seres humanos que procuram caminhar juntos, hoje aqui representados pela nossa querida Irmã Anita Birck, ex-Diretora, pelos colegas, ex-alunos, alunos, pela Vice-Diretora Irmã Jacinta Rothe e pelas demais autoridades da Mesa, como também pelo serviço de supervisão, orientação, pastoral escolar e demais setores. Ainda ressalto também: a Associação de Pais e Mestres, na pessoa da sua Presidente, Maria Teresa Pereira de Martini; o Grêmio Estudantil e os demais colaboradores, benfeitores, que ajudaram a construir a história da querida Escola Mãe Admirável. Com certeza, vocês foram e são personagens importantes nessa trajetória de lutas, alegrias, recomeços e vitórias.

Em especial, dedico este evento de comemoração dos 50 anos da Escola Mãe Admirável aos profissionais que fizeram acontecer essa história. Com certeza, muitas marcas deixamos por onde passamos, que se fazem presentes em muitos bairros de nossa Cidade, em especial o bairro Cidade Baixa, onde se localiza a Escola Mãe Admirável.

Agradecemos à Câmara de Vereadores de Porto Alegre por esta rica homenagem, em especial ao Ver. João Carlos Nedel, ex-aluno das escolas das Irmãs Filhas do Amor Divino, proponente deste espaço, no qual celebramos a passagem dos 50 anos da Escola de Educação Básica Mãe Admirável. Que Nossa Senhora, padroeira, Mãe Admirável, proteja a todos e a todas, que os acompanhe e os abençoe pelos caminhos da vida! E o nosso muito obrigada pela presença de todos e todas! (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): Neste momento, vamos ouvir o Hino dos 50 anos da Escola de Educação Básica Mãe Admirável, apresentado pelos alunos da Escola, com letra e música do Professor Geraldino Danieli, regente e professor de música da Escola.

 

(Ouve-se o Hino.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): Agradecemos a presença de todos. Suspendemos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h30min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart – às 15h34min): Estão reabertos os trabalhos. O Ver. Ibsen Pinheiro está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, como quase todos, eu soube, pelo rádio e pela televisão, que haveria uma grave denúncia contra o Sr. Presidente da República, de que ele teria uma conta no Exterior. Embora o fato, isoladamente, não seja um crime, tratando-se do Presidente da República e de um homem de hábitos modestos, a existência de uma conta financeira no Exterior teria um significado, desde logo, muito grave. E esse foi o meu sentimento ao escutar essa informação pelo rádio, pela televisão.

Mas, ao ler a revista Veja, o meu choque, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, foi maior ainda, porque, na matéria, a revista Veja informa aos seus leitores que não pôde confirmar a informação. E me parece um cânone jornalístico completamente inesperado, porque, não só como profissional de imprensa, mas como leitor, como cidadão, como profissional do Direito, sempre soube e imaginei que a falta de confirmação é razão para não se publicar uma matéria jornalística - qualquer matéria jornalística -, muito mais quando envolve, ao menos potencialmente, a honra de alguém. E mais ainda se esse alguém é o primeiro cidadão da República, o Presidente da República, exposto por um critério jornalístico que não se pode rigorosamente compreender, e o próprio veículo declara não ter tido a oportunidade de confirmar.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ibsen Pinheiro, V. Exª é legítimo para fazer as colocações que está fazendo. Seria um pecado V. Exª não trazer esse assunto à discussão.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: Agradeço, Vereador, e sei que a intenção de V. Exª é sublinhar o que considera: que eu seja uma autoridade na matéria, mas eu nem invoco essa autoridade, nem acho que eu a tenha, acho que qualquer um de nós tem o direito à perplexidade. Como pode um veículo se declarar sem condições de comprovar uma informação que é visivelmente negativa, e ainda assim divulgá-la? E não para os vizinhos, senão que para milhões de leitores, diria mesmo, com a força da televisão, para dezenas de milhões de telespectadores.

 

O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ibsen Pinheiro, quero parabenizá-lo, não é a primeira vez que V. Exª, aqui da Câmara, independente de divergências políticas com o Presidente Lula, tem uma atitude correta, adequada, digna, e, mais uma vez, a sua palavra aqui é importante, porque, se partisse de alguém do campo do Presidente Lula, poderia parecer suspeito, mas realmente a revista Veja hoje é um panfleto neste País. Sabemos que há, atrás dela, os mesmos capitais que motivaram a tentativa de golpe contra Chávez, portanto o seu testemunho aqui é muito importante sobre essa questão. Parabéns, Vereador.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: Muito obrigado, Ver. Carrion.

Agrava ainda essa circunstância o fato de a revista Veja evocar, ela própria, um conflito de interesses com um notório banqueiro de negócios, no mínimo, conturbados, e também não me arrisco a formular um juízo sobre a natureza dos negócios do Sr. Dantas, mas é notório que esse empresário vive momentos de conflito empresarial, negocial, com reflexo na área política, o que, mais ainda do que a própria impossibilidade da confirmação, retiraria a autoridade do caráter da denúncia. Atinge também pessoas como o ex-Ministro Gushiken, que teve uma vida irrepreensível, de profissional, de líder sindical, de quadro político.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não é a solidariedade que eu possa manifestar, nesta modesta tribuna municipal, que vai ter qualquer espécie de repercussão, mas, pelo menos, trará reflexão numa hora em que tantas acusações, eventualmente verdadeiras, perdem autoridade, quando, junto com todas as imputações que estarrecem o País de um ano para cá, se percebe o grau que marca essa última informação.

Então, pelo menos, mais do que o benefício da dúvida, no caso a própria publicação robustece a possibilidade da inteira improcedência da informação. Repito, Sr. Presidente, ao encerrar esta manifestação, que muito mais grave do que a informação errada - e nós mesmos convivemos com isso, na medida em que a falibilidade humana pode até ensejar uma informação errada - é, no caso concreto, termos uma informação errada assumidamente divulgada, ou, pelo menos, assumidamente divulgada sem a confirmação, o que impõe a regra da não-publicação, da não-divulgação. Por isso, no mínimo, a nossa estranheza, e devemos registrar, embora de efeito quase nenhum, solidariedade às pessoas atingidas.

 

O Sr. Elói Guimarães: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ibsen, eu acompanho atentamente a colocação de Vossa Excelência. Quebra-se um princípio que é basilar e fundamental nas relações civizilatórias, de que in dubio se preserva - na dúvida se preservaria. É uma coisa espantosa isso.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: Muito obrigado, Ver. Elói, V. Exª invoca princípios consagrados na convivência humana, na construção civilizatória, a dúvida milita sempre em favor dos acusados, dos denunciados, dos indiciados e daqueles que sejam objeto de uma informação de evidente conteúdo negativo.

Sr. Presidente, agradeço a tolerância de V. Exª e faço esse registro na intenção de contribuir para a reflexão de todos nós, sobretudo na idéia de que não devemos nos perder num ambiente de denuncismo, o que pode nos levar a comprometer até o próprio grau de convivência que precisamos preservar, a despeito de todo o enfrentamento político que marca o momento atual em nosso País. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Excelência. O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo. Sr. Presidente, nobres colegas Vereadores, Vereadoras, como bem falou o nosso excelentíssimo douto Vereador desta Casa, colega Ibsen Pinheiro, amanhecemos nesta segunda-feira todos estupefatos com tanta notícia. E eu diria, nobre Ver. Ibsen Pinheiro, uma notícia mais estupefata do que a outra, como outras que também chegam aos nossos ouvidos toda vez que o Presidente Lula ou o Governo sofrem um “abalo sísmico” da sua continuidade, do seu poder, e sai a Polícia Federal a prender um monte de gente. Foram cento e setenta, e, de repente, apenas seis, sete, oito serão investigados. Os outros cento e sessenta que foram divulgados, também é a precipitação de se acusar, mas tudo se faz nesta nova República. E eu desejo, nobres Pares, que a nossa nova República, esse ciclo da nova República, queira Deus que esteja chegando ao fim, que possamos, nós todos, de repente, construir uma nova República, mais responsável, mais séria, para termos realmente um direito igualitário daquilo que todos nós amamos e gostamos perante a lei, perante os nossos direitos.

Vejam os senhores a notícia que nos pegou neste final de semana: uma verdadeira guerra urbana. Aliás, ela já não é mais rural, dos sem-terras, invadindo, destruindo; é uma guerra urbana direcionada, conforme o jornal Zero Hora, primeiramente ao PSDB, depois ela se voltou aos inocentes Agentes de Segurança Pública deste País, as vítimas de sempre. Foram mais de setenta mortes. Mas, também, meus senhores, depois que um Presidente declara...para que ele continue no poder, custe o que custar, faça o que for preciso, para fazer alianças. Podemos pensar que isso que está acontecendo seja um dos custos da manutenção do poder. Seria triste se, nesta Pátria brasileira, isso realmente estivesse engendrado nas cassandras políticas, na obscuridade do anonimato. Setenta representantes da sociedade foram cruelmente e traiçoeiramente assassinados, em busca das benesses aos condenados. Condenados buscando benesses querem televisão colorida para assistir aos jogos do Brasil, querem não sei o quê mais, Ver. Sebenelo. Em holocausto, os inocentes defensores da sociedade, cumpridores do seu dever, mal remunerados, mal treinados, são as vítimas que estão pagando em nome de todos nós.

E, por mais triste que pareça, escolheram uma data nobre, o Dia das Mães. Quantas mães viram os seus filhos encaixotados, mortos, sendo enterrados no Dia das Mães? Quantas mães não devem ter chorado no dia de ontem, sob essa avalanche de crime e que eu classifico como sendo uma das responsabilidades desse desmando, da falta de estadismo deste Brasil, da falta de estadista, porque ele permite tudo e, com certeza, vai permitir que passe em “brancas nuvens” o assassinato desses Agentes de Segurança Pública.

Seria de bom senso que o Brasil hoje hasteasse as suas bandeiras a meio pau, que fizéssemos, nós todos, amantes da ordem e da segurança, um minuto de silêncio a esses anônimos responsáveis pela vida e pela segurança dos cidadãos de bem. Mais de setenta. Mais de setenta, por enquanto. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª Maria Celeste está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, o Ver. Ismael instigou o tema da Segurança Pública, uma vez que todos nós estamos estarrecidos e chocados com todas as notícias vindas, sobretudo do Estado de São Paulo. E é um tema extremamente importante, que serve de alerta, porque, desde a noite de sexta-feira, em 139 atentados, mais de setenta pessoas já morreram, entre criminosos, policiais civis, militares, guardas municipais, agentes penitenciários.

É um caos que tem a ver, sim, com a falta de investimento no setor, Ver. Ismael, conforme denúncias da Associação de Oficiais da Polícia Militar e também do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado de São Paulo, que já haviam colocado na imprensa a questão em relação à falta de investimento. Segundo os presidentes dessa entidade, em 2001 e 2003 já haviam ocorrido situações semelhantes, e o Governo do Estado de São Paulo prometeu, naquela época, instalar os famosos detectores de metais nos presídios, coisa que até hoje não aconteceu. E essa situação volta a se repetir, novamente, com o Governador de São Paulo, Cláudio Lembo, do PFL, que era Vice do Geraldo Alckmin, agora candidato a Presidente da República, pelo PSDB.

Mas o que mais nos chama a atenção nesses graves fatos é a postura do atual Governador do Estado de São Paulo, que negou o apoio oferecido pelo Governo Lula, que colocou à disposição quatro mil homens da Força Nacional de Segurança, da Polícia Federal, das Forças Armadas para combater o crime organizado. Pasmem! Um Governador, preocupado com a Segurança Pública de seu Estado, renuncia a oferta do nosso Presidente. Aliás, nas palavras do Governador de São Paulo, a situação está - pasmem - sob total controle. Realmente, se há um controle da situação, ela está sob o comando do PCC e não das autoridades daquele Estado.

 

O Sr. José Ismael Heinen: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Obrigado, nobre colega. Mas o crime do PCC é em nível federal, não ocorre só no Estado de São Paulo, já está no Estado do Paraná, no Estado do Mato Grosso, inclusive já pensam em colocar o Exército na rua. Queira Deus que não, senão nós haveremos de pagar também. Obrigado.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Lamento que a posição do seu Governador seja diferente da sua, da ajuda do Governo Lula.

 

O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maria Celeste, quero parabenizá-la pela sua fala e dizer que a questão de Segurança Pública na Constituição do nosso País é dos Governadores do Estado. E esse Governador do Estado é do Partido do Ver. Ismael. Vossa Excelência disse muito bem, o Governo Federal, apesar de ser uma questão de Segurança Pública Estadual, colocou quatro mil e quinhentos homens em disponibilidade, e o Governador Lambo, do PFL, disse: “Não precisamos de ajuda, não queremos ajuda”. Mais: os representantes das entidades de policiais do Estado de São Paulo estão dizendo que o Governo de São Paulo é incompetente, desconhece o problema, mandou concentrar setecentos criminosos numa penitenciária, facilitando essa operação, quando a técnica manda, exatamente, dispersá-los. Então V. Exª está com plena razão, e o Ver. Ismael, mais uma vez, quer fazer política partidária aqui no microfone, quando temos é que tratar do problema de Segurança, Ver. Ismael. Muito obrigado.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada, Ver. Raul Carrion.

Mas, seguindo a nossa reflexão, trago esse tema também para o Estado do Rio Grande do Sul e para a nossa Cidade, para a nossa Capital, Porto Alegre. Por quê? Se por um lado ainda não temos rebeliões nem motins, por outro vivemos um outro caos na Segurança Pública, o caos da falta do investimento, sim, o caos da falta de investimento aqui na Segurança Pública do nosso Estado.

A Bancada do Partido dos Trabalhadores fez uma manifestação e um alerta sobre a real situação em que se encontra a Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul. No caso do Governador Rigotto, é sempre bom lembrar que a campanha para Governador, em 2002, foi marcada por duras críticas à política da Secretaria Segurança Pública, desenvolvida pelo então Governador Olívio Dutra. Mas, ao final do mandato do Governador Rigotto, o que a população encontra? Encontra o caos na Segurança Pública, encontra uma total falta de investimento na Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul. Pasmem, a cada um real aplicado em Segurança Pública no Estado do Rio Grande do Sul, 63 centavos vêm do Governo Federal. E depois a desculpa deste Governo é de que não há verba para a Segurança Pública, porque o Governo Federal não investe em Segurança Pública, comentário tão bem lembrado pelo Ver. Raul Carrion, pois isso é uma responsabilidade, sim, do Governo Estadual.

Lamentavelmente, o meu tempo é curto, mas, na semana que vem, vou estar em Grande Expediente e vou retomar esse tema, falarei sobre as questões da Segurança Pública do Município de Porto Alegre, uma Prefeitura que foi eleita, também, pela implementação de projetos e programas, como o Programa Vizinhança Segura. Esse Programa foi implantado por alguns meses em quatro bairros nobres da nossa Cidade e não naqueles bairros que necessitam de fato, em relação aos quais há, estatisticamente, índices de violência já comprovados. Esse Programa foi implementado no bairro Moinhos de Vento, na Praça da Encol, em praças e bairros que não necessitam, de fato, desse projeto. Lamentavelmente, mesmo nesses bairros mais abastados, esse Programa já não existe mais.

Eu quero dizer que lamento o que está acontecendo no Estado de São Paulo, mas lamento, sobretudo, o caos da Segurança Pública no Município de Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Raul Carrion.

 

A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, todos aqueles que nos assistem, eu gostaria, sinceramente, Verª Maria Celeste, de dar continuidade ao seu pronunciamento, inclusive porque estava em São Paulo, na Reunião do Diretório Nacional, no Comitê Central do meu Partido, no início da rebelião que ocorreu nos presídios e nas ruas de São Paulo. Preparava-me para isso no dia de ontem, mas assisti à matéria veiculada na televisão, num programa chamado Teledomingo, exibido pela RBS TV, e sinto-me obrigada a manifestar a minha opinião sobre tal matéria jornalística. Todos nós conhecemos as nossas entonações e o significado delas, Ver. Comassetto.

Em primeiro lugar, eu gostaria de registrar, caro Presidente Dr. Goulart, que, em nossa avaliação - minha e da Bancada do meu Partido nesta Casa -, aquela matéria é mais uma das tentativas de deslegitimar os Parlamentos de maneira genérica, sem conteúdo e sem - pior, Ver. Haroldo - qualquer vínculo com a realidade. Todos nós - todos nós que estamos no plenário, Ver. João Antonio Dib - temos a nossa rotina de compromissos internos nesta Casa; todos nós, e falo por mim, temos uma intensa agenda de compromissos com a população que nos elegeu e com a população que não nos elegeu, com cidadãos e cidadãs em geral da nossa Capital. E não foi exibida ali nenhuma dessas imagens.

Os segundos que passaram - eu sou jornalista, talvez tenham sido trinta segundos, é um tempo razoável para exibição de imagens num programa de televisão -, os trinta segundos descontextualizados, desconectados causaram - e eu compreendo o sentimento - indignação na população de Porto Alegre. Se passássemos o dia aqui dentro bebendo cerveja ou bebidas alcoólicas - porque o chimarrão foi tratado como se fosse álcool, porque o celular foi tratado como se tivéssemos mantendo quase relações sexuais dentro da Câmara -, nós teríamos, como Parlamentares e como cidadãos, que nos indignar. E a indignação que a matéria causou na população de Porto Alegre, Ver. Elói, é sinal de que a nossa população quer que o Parlamento continue sendo a forma avançada que é de representação popular. Essa indignação mostra que o nosso povo é um povo atento. Agora, o mesmo povo nosso, que é atento e que se indignou, porque, pelo que viu, está coberto de razão, é o povo que desconhece, pela falta de espaço que temos, o nosso trabalho parlamentar dentro desta Casa Legislativa.

Hoje de manhã, na PUC, concedi uma entrevista como Vereadora e, diante de sessenta estudantes de jornalismo, usei o exemplo das Emendas de Lideranças, quando um Projeto está em discussão. Nós não temos que negociar, nós não temos que redigir tais Emendas? Ou nós vamos ter que andar com escutas no nosso corpo para provar que estamos negociando Emendas, que estamos tratando de assuntos da comunidade? Ver. Adeli, nós não temos uma estrutura física na Casa que permite o uso de computadores? Por que temos essa estrutura, se é equivocado fazer uso dela? Porque não é equivocado fazer uso. Nós todos sabemos das nossas rotinas, conhecemos as nossas rotinas e sabemos, inclusive, que, para melhor qualidade das nossas intervenções, temos que estar atualizados, cada um de nós - inclusive aí existe uma diferença geracional - da forma como foi educado. Eu, particularmente, não necessito imprimir o que leio, pois sou de uma geração educada no uso dos microcomputadores; muitos ainda precisam fazer isso; a educação prepara para saber interpretar ou não a partir disso.

Vou citar outro exemplo que no jornalismo chamamos de requentar a matéria: tentaram pessoalmente me descaracterizar pelo uso do orkut, um site de relacionamentos na Internet. Ora, Vereadores e Vereadoras, fiz a defesa nesta tribuna da liberação desse mecanismo, inclusive isso já havia sido publicado no jornal. Acredito que nós temos que criar mecanismos para conviver com os nossos eleitores. Conheço os meus. Aliás, as críticas e os apoios que recebi no dia de hoje foram 90% pelo orkut. Inclusive, é público, a imprensa poderia ter averiguado sobre o que eu conversava ali, pois as mensagens ficam expostas, todas elas, mais do que nos e-mails pessoais.

Sinceramente, acho que todos nós devemos refletir, porque alguns disseram que foi uma matéria por falta de assunto. Não foi uma matéria por falta de assunto: foi uma matéria de uma onda de matérias que estamos vendo em nosso País; em vez de trabalhar de maneira séria com as acusações sérias que são feitas a Parlamentares deste País, desta Cidade e deste Estado, a matéria recorta a realidade do Poder Legislativo para tentar enfraquecê-lo, para tentar mandar na população, ou dirigir a população, ou influenciar a população - talvez seja o termo mais correto -, a partir de outros mecanismos que não a democracia representativa que a Câmara de Vereadores desta Cidade representa, que nós todos, com as nossas divergências, representamos. E tenho a convicção: todos nós lutaremos para não permitir que isso aconteça.

Acho que temos que lamentar profundamente esse desrespeito à Casa, aos Vereadores desta Casa e aos cidadãos e cidadãs de Porto Alegre que - veja a contradição, Ver. João Antonio Dib - estão razoavelmente indignados, porque o que viram, se fosse realidade no contexto em que inseriram, deveria, de fato, causar a indignação.

Ver. Dr. Goulart, sei das medidas que a Mesa Diretora irá tomar. Não trato e nunca tratei os meios de comunicação como inimigos do povo. Não acho que o sejam. Agora, objetivamente, espero - e o meu Partido fará um esforço - que a Câmara de Vereadores se manifeste. Acredito que temos - um réu disse certa vez à minha mãe que quem não deve não treme - que nos manifestar, porque foi um desrespeito a nós, a cada um e a todos nós, aos funcionários desta Casa, aos que constroem o Poder Legislativo e acreditam que ele pode melhorar, que ele pode representar de verdade o povo da nossa Cidade. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhores da imprensa, assistentes que nos honram com suas presenças nesta tarde, senhoras e senhores, hoje, às 19h, no Auditório Dante Barone, na Assembléia Legislativa, todas as forças vivas deste Estado estarão presentes para pactuar em relação aos problemas estruturais que o Estado enfrenta, por iniciativa do nosso ex-colega e hoje Presidente da Assembléia Legislativa, Luiz Fernando Záchia. Ele propôs que se estabelecessem algumas situações que nenhum governante sozinho poderá enfrentar no próximo Governo. As discussões a respeito da situação financeira, econômica, produtiva, agropastoril do nosso Estado têm sido enfocadas pelos nossos representantes na Assembléia, e nós todos, também, em diversas discussões, nos próprios meios de comunicação, estamos informados.

Porto Alegre faz parte, evidentemente, desse contexto, e não podemos fugir de tomar conhecimento dessa situação. Até diria que, se fosse iniciativa privada, se fosse uma empresa da iniciativa privada, se poderia dizer que ela estava em estado pré-falimentar. Como se trata do Estado, pessoa de direito público, é evidente que não se fala na Lei de Falências. Mas, dada a contribuição monstruosa que o Estado dá à Nação para pagar a dívida, os poucos recursos que sobram para os investimentos, o Estado que encontrará o próximo Governador, se não tomadas providências imediatas... E aí a nossa parabenização à iniciativa do Presidente da Assembléia. Poder-se-ia dizer que o próximo Governador não poderia sequer governar o Rio Grande nas mínimas questões, as básicas, de saúde, educação, transportes e, principalmente, segurança, que é hoje discutida no País todo. E o Rio Grande não foge à problemática nacional nessa questão crucial que é a questão da Segurança Pública. E o Estado é o maior responsável nessa área.

Lamentamos duas coisas. A primeira já foi superada, pois houve uma certa reação do empresariado, principalmente do Presidente da FIERGS e outros, à proposta do pacto, que hoje todas as forças estarão fazendo lá na Assembléia Legislativa. Mas, hoje à tarde, houve um refluxo da posição do empresariado, que vem ao encontro da ansiedade da sociedade gaúcha, ou seja, de que, acima dos Partidos, acima dos empresários, acima de todos, estão os problemas que atingem a todos e que não serão resolvidos somente por um.

Se voltarmos os nossos olhos para a história, no tempo da Arena e do MDB, este País esteve dividido, por força do jugo militar e por força do Ato Institucional nº 2, de outubro de 1965, que extinguiu os Partidos políticos, tendo somente a existência de A ou B, ou Arena ou MDB. Pois, naquela época, apesar daqueles anos de chumbo, o Rio Grande fez um pacto, e, graças a esse pacto, resultou o complexo do Pólo Petroquímico. Graças ao pacto das forças do Estado do Rio Grande do Sul, mesmo bifurcado entre Arena e MDB, havia, evidentemente, muito maior colisão das forças políticas naquela época. Hoje o que seria do Estado - eu pergunto - sem o Pólo Petroquímico?

Eu parabenizo o Presidente Fernando Záchia, que, hoje, em entrevista à Rádio Guaíba, ao eminente jornalista Armando Burd, disse que proibia que o seu nome, agora, viesse a lume, que o pacto aconteceria agora e que não haveria pronunciamento político de espécie nenhuma, hoje, às 17 horas, no Teatro Dante Barone. Vai haver apresentações artísticas, e o pacto estará formalizado! O primeiro lamento, então, foi no primeiro refluxo das forças econômicas industriais, mas que já aderiram ao pacto!

Finalmente, lamento a resistência do Partido dos Trabalhadores, o PT, que, agora, pela palavra abalizada do seu candidato Olívio Dutra, finalmente, aderiu, mas houve resistências, naturalmente políticas, achando que, pontualmente, outros assuntos mereceriam ser melhor analisados. Tudo bem, acho que é um enfoque, só que, finalmente, o próprio candidato e Presidente do Partido dos Trabalhadores, Olívio Dutra, que já foi Governador, portanto conhece a situação do Estado, concordou, e o PT estará presente.

Acho que é um passo adiante, até porque esse pacto será até dia 31 de julho, ou seja, a sua validade terá um pequeno espaço de tempo, mas será altamente significativo, porque terá muitas vozes. E, agora, na campanha política, cada Partido, cada candidato apresentará a sua proposta ao povo rio-grandense, e aquele que for eleito terá a responsabilidade de enfrentar não só uma questão dele, que ganhou por meio do seu Partido ou de uma coalizão de forças partidárias, mas os problemas, que nós já sabemos que são, às vezes, quase intransponíveis.

Portanto, se a sociedade não der as mãos, não sairá algo fundamental, que é a diminuição da contribuição de cerca de 17%, hoje, da arrecadação líquida, que vai, limpinha, para a União, portanto um dinheiro que faz falta para a Saúde, para a Educação, para a Segurança, que vai carreado! Há necessidade de um pacto federativo, e esse só sairá se todas as forças vivas deste Estado se unirem e derem as mãos!

Encerro, Sr. Presidente, agradecendo a tolerância de V. Exª e saudando não só o Presidente da Assembléia, que teve a iniciativa, mas todos aqueles que compreenderam a necessidade, entenderam que este momento não é de um, não é de outro, não é do Partido A, não é do Partido B! O Estado somos nós, o Estado é de todos; se todos não contribuírem, é o Estado, é a sociedade, são as gerações que padecerão. Portanto, parabéns; às 19 horas haverá um grande encontro de todas as forças políticas, econômicas e sociais no Teatro Dante Barone, na Assembléia Legislativa. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo deste Presidente.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a Nação, estarrecida, viu, pela mídia brasileira, talvez um dos maiores indicadores da história deste País da debacle, da inexistência de política governamental de Segurança. Isso os Vereadores do Partido dos Trabalhadores não dizem, e admiro muito a coragem da Verª Maria Celeste de não incluir o estamento federal entre os responsáveis diretos por esses acontecimentos que enlutaram a sociedade, que envergonham o homem de bem. E a culpa é a pior conselheira que há para casos como esses, em que o Partido dos Trabalhadores festeja o não-impeachment do seu Presidente e se contenta com uma queixa-crime e com o aprofundamento das investigações em nome pessoal do Sr. Presidente da República. Isto é, os criminosos têm o direito de pensar que, se ele pode fazer, eles, que são criminosos, também podem, porque o que está ocorrendo neste País é a emergência de um imenso Estado paralelo da criminalidade, coincidentemente, com o avultamento de uma das maiores conivências da história e de omissão propositada do Governo com a criminalidade.

E dizem, agora, que até o Antônio Palocci vai ser candidato a Deputado. Ele, que é o autor da “república de Ribeirão Preto”! E os dez, os onze mortos da outra república, da “república de Santo André”, da matança de Santo André? Sentaram em cima de todos os processos, até hoje não houve apuração de um só deles; de todos os crimes apontados, ninguém foi preso até hoje; de toda a Direção do Partido dos Trabalhadores, que foi afastada pelo próprio Partido, não houve nenhuma condenação. E hoje os jornais perguntam de onde sai o dinheiro dessa vida opulenta de Delúbio Soares.

Pois esse Estado de criminalidade, tão criminoso quanto a conivência com essa criminalidade, é um dos piores exemplos que pode existir para a nossa juventude, para os infelizes que saíram do caminho, alie-se a isso uma doença social gravíssima chamada patrimonialismo, onde o patrimônio do Partido é confundido com o patrimônio do Governo e com o patrimônio do povo! E essa doença leva a uma outra doença social mais grave ainda, que é a anomia, isto é, a desordem, a guerra civil já declarada dessa vez, não é mais não-declarada, dessa vez está declarada.

Agora chega ao plenário a Verª Maria Celeste, e eu queria ressaltar e repetir nas minhas palavras a sua coragem em excluir o Governo Federal, que diminuiu as verbas da Segurança em 13% do ano passado para este. Está em todos os jornais de São Paulo! E, como as coisas acontecem em São Paulo, no Paraná, no Mato Grosso, no Rio Grande do Sul, ela não teve a coragem de dizer que isso é um fenômeno nacional! Que isso é uma falta de política de segurança nacional!

Então, há essa anomia, foi estabelecida a desobediência civil, e o Estado paralelo está com o comando da Capital paulista, agindo e presidindo todos os fatos, a cada dia com uma estratégia - ora assaltando delegacias, ora matando pessoas, agora queimando ônibus. Isso faz parte da conivência do Estado com a criminalidade; conivência constrangedora que envergonhou este País e que, em todos os seus estamentos de Governo, debochou das CPIs, disseram que não sabiam de nada, quando sabiam de tudo, e toda a sociedade brasileira sabe disso. Agora, nós vemos esse desenlace triste, desesperançado e, principalmente...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Carlos Comassetto.)

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, por gentileza.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Pronto, Excelência, às suas ordens.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Os apartes foram anti-regimentais, eu não os concedi. E eu não vou conceder aparte a V. Exª, Verª Maria Celeste, em nome de um tempo que já se esgota, em um assunto que nós sabemos que as causas da violência urbana e da criminalidade no País...

 

(Aparte anti-regimental da Verª Maria Celeste.)

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Por gentileza, Sr. Presidente, é muito difícil falar dessa forma. Eu não dei aparte para a Verª Maria Celeste, e ela está me interrompendo!

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Srs. Vereadores, o Ver. Sebenelo tem direito à concentração na sua fala. Por gentileza, vamos colaborar. Fale, Excelência.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Se deixarmos de lado esse raciocínio e acharmos que as questões são só sociais, que as questões são só do desemprego, se as questões estão ligadas apenas...

 

(Aparte anti-regimental da Verª Maria Celeste.)

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, fica difícil de falar dessa maneira. Eu peço a sua intervenção, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Colegas, aí já seria em sinal de respeito.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Se, por acaso, tirássemos a questão do Estado, a violência do Estado, a sua associação com a criminalidade, oficial, que o todo o País já sabe, que não precisa mais de prova nenhuma, e atribuíssemos as causas ao desemprego, às graves questões sociais, às questões do crime-negócio, às questões do espaço urbano num País com problemas gravíssimos na área das cidades, indiscutivelmente nós chegaríamos, todos, a essas causas...

 

(Aparte anti-regimental da Verª Maria Celeste.)

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Olhe aí, Sr. Presidente, por favor, eu peço a sua providência. Está difícil de falar assim!

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Paciência, Excelência. Vamos lá, por favor, colegas!

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Então, se tirarmos essas causas, nós vamos chegar a uma só: a falta de uma política de segurança nacional, principalmente a covarde atribuição às instâncias menores da responsabilidade de uma questão que é nacional, de uma questão que está clarissimamente voltada à ingenuidade e ao despreparo de um Presidente que, lá em Viena, disse que havia posto às ordens de São Paulo a sua Polícia Federal e o Ministério da Justiça.

Ora, pergunta-se ao Presidente, antes de botar à disposição o Ministério da Justiça, ele não teria de ter providenciado uma política preventiva neste País? Essa é a questão fundamental, é isso que se pergunta numa das datas mais tristes, que foi ontem. Na felicidade do Dia das Mães, aquelas mães choravam a perda dos seus filhos, diante da loucura, da insanidade de um Estado paralelo que se vem criando por falta de uma política de segurança nacional, sem dúvida, mas pelo despreparo do Governo, que atualmente infelicita este País.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Excelência. A Verª Maria Celeste está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Elias Vidal.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, com muita honra darei aparte para qualquer Vereador, da situação ou da oposição, nesta fala, sem problema nenhum.

Quero aqui, nesta tribuna, continuar discutindo o tema da Segurança Pública, que motivou a fala de alguns Vereadores que me antecederam neste Grande Expediente, trazendo a verdade dos fatos e a realidade como nós a devemos encarar: com muita preocupação nessa questão da Segurança Pública, sobretudo no Estado de São Paulo, como eu já falei no início da minha fala, no período de Comunicações.

O Estado de São Paulo, governado pelo então Governador à época Geraldo Alckmin, do PSDB - casualmente, o Partido do Vereador que me antecedeu nesta tribuna e que fez toda uma defesa desse Governador, contra o Governo Federal, o Governo Lula... Mas eu quero lembrar, Ver. Sebenelo, que quem denunciou os desmandos do então Governador Geraldo Alckmin, em São Paulo, em relação à Segurança Pública, nada mais foi do que a Associação de Oficiais da Polícia Militar e o Sindicato dos Agentes Penitenciários daquele Estado. Essas entidades reiteradamente, desde 2003, têm denunciando o caos da Segurança Pública no Estado de São Paulo. Não é aqui esta Vereadora, que pouco conhece o Estado e o investimento da Segurança Pública naquele Estado, que vem colocar essa denúncia. Já reiteradamente vinha sendo colocada por essas entidades essa questão lá no Estado de São Paulo.

Também quero lembrar - e aí eu estava fazendo um exercício na minha fala anterior - a relação que se faz em Segurança Pública como um todo no nosso País, mas sobretudo a questão da Segurança Pública no Estado do Rio Grande do Sul. Tenho vindo por várias vezes a esta tribuna, já há muito tempo, denunciar o descaso do Secretário de Segurança Pública do Estado em relação à Segurança Pública aqui no nosso Estado, sobretudo na cidade de Porto Alegre. Lembro que, na semana passada, fomos participar de uma reunião na Zona Norte, com alguns Vereadores desta Casa e representantes do Fórum Municipal de Segurança Pública, criado na nossa Cidade, e lá estava a representação do Secretário de Estado em relação à Segurança Pública e também o Secretário de Direitos Humanos e Segurança do Município de Porto Alegre. E foi comentado que, pasmem, a situação só não é pior, só não é mais caótica na nossa Cidade e em nosso Estado por conta de investimentos do Governo Lula em relação à Segurança Pública. Esses são os dados colocados. Eu já falava na minha outra intervenção que, de cada um real aplicado em Segurança Pública no Estado do Rio Grande do Sul, 63 centavos são, sim, de origem do Governo Federal. Isso é um dado da Secretaria de Justiça do Estado, não é dado da Verª Maria Celeste; isso é um dado oficial publicado no site oficial da Secretaria.

 

O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Contribuindo com a sua intervenção, gostaria de salientar que, nos últimos vinte anos, a maior carência de policiais militares em Porto Alegre deu-se em 2005. Nós temos 2.839 soldados hoje, enquanto que, em 2003, tínhamos 4.052. E o que acontece na Região Metropolitana? O roubo de veículos aumentou em 95%, e o roubo a ônibus em 25%. E hoje o então Secretário de Segurança, Otávio Germano, está lançando um livro trazendo o seu exemplo de como conduzir a Segurança Pública no Estado. Não dá para acreditar!

 

A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada, Ver. Comassetto.

Só para finalizar, para que não haja grandes tumultos e problemas no Plenário, eu estou aqui ocupando o tempo cedido por um Vereador, há essas trocas sempre no Plenário, elas ocorrem usualmente nesta Casa, sem problema nenhum.

Mas, para finalizar, para este ano o Orçamento total da Secretaria de Segurança e Justiça é menor em 15% do que o ano de 2005, que já havia sofrido uma redução nos cofres públicos. Então, só vem agregar os números que o Ver. Comassetto coloca.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Obrigado pelo aparte, cumprimento-a belo pronunciamento, Vereadora. Nós tivemos oportunidade de estar juntos, enquanto Comissão, a convite do Fórum Regional de Segurança, na Escola Baltazar de Oliveira Garcia, na última quarta-feira, e estava lá a representação do Sr. Secretário de Segurança Pública, apesar de ele dizer não ser político, mas estava lá representando o Poder, representando o Sr. Governador, e disse ele que não conhecia os problemas daquela Região. No entanto, no Fórum do ano passado e nesta tribuna, a pedido do Coronel Flávio, Comandante daquele Batalhão, nós fizemos um apelo aqui para que o Sr. Secretário recebesse a comunidade, o Fórum Regional e o Conselho Municipal de Segurança. E não obtivemos resposta em todo o ano passado, e agora a representação do Governo, em maio de 2006, diz que não sabia que havia aqueles problemas. É incrível, o desgoverno, o descontrole é absoluto, é total no Estado, a gente teve a inoportunidade de participar de uma declaração dessas. Obrigado pelo aparte, eu quero fazer esse desabafo, porque a comunidade é vítima e encontra-se completamente abandonada.

 

O Sr. José Ismael Heinen: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Gostaria de um aparte e também uma Questão de Ordem, depois, Sr. Presidente. A primeira parte: eu acho que a nobre colega, nesse afã de defender - talvez, não sei, não acredito, comemorar a morte dos brigadianos, da população civil... Eu só queria perguntar se V. Exª sabe em quanto aumentou o orçamento da União na Segurança Pública do ano passado para este ano? Pelo que sei, diminuiu 11%. Quer dizer, este é o estadista que nós temos. Diminuiu em 11% o orçamento da Segurança Pública Federal, quer dizer, há repasses, há investimentos na Segurança. Isso para mim é um reflexo, nobre Vereadora, do estado de espírito do povo brasileiro, da revolta contra o status quo que está acontecendo no País.

E, em Questão de Ordem, quero saber quem cedeu - porque há um conflito na Câmara - o tempo para a nobre Vereadora?

 

O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte?

 

A SRA. MARIA CELESTE: Para finalizar, Ver. Raul Carrion, o Sr. Presidente pediu que eu finalizasse um pouquinho antes do tempo, V. Exª, por gentileza, entenda o apelo do nosso Presidente. Eu fico muito honrada em dizer que há uma troca de tempos nesta Casa, e eu não sei por que tanta confusão quando esta Vereadora se manifesta sobre um tema que havia já sido pautado nesta tribuna.

Agradeço o debate e quero dizer, Ver. Ismael, que lamentamos as mortes das setentas pessoas envolvidas, sobretudo os policiais.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu queria interromper, porque não foi cedido o tempo do PPS para a Vereadora, segundo o próprio PPS. Acho que deve haver a mesma compensação para um lado e para outro, tanto para a situação quanto para a oposição.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Está certo.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

2ª SESSÃO

 

PROC. N. 1448/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 059/04, de autoria do Ver. Beto Moesch, que declara de utilidade pública o Centro de Educação Ambiental – CEA.

 

PROC. N. 1756/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 069/06, de autoria do Ver. Maurício Dziedricki, que institui o Programa de Destinação Sociocultural dos Espaços Ociosos sob os Viadutos.

 

PROC. N. 2019/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 080/06, de autoria do Ver. Almerindo Filho, que institui o Dia Municipal de Conscientização da Hemofilia, a ser comemorado no dia 17 de abril de cada ano.

 

PROC. N. 2020/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 081/06, de autoria do Ver. Almerindo Filho, que altera o § 1º do art. 1º da Lei n. 6.442, de 11 de setembro de 1989, e alterações posteriores, incluindo os hemofílicos nas isenções do pagamento das tarifas de transporte coletivo por ônibus.

 

PROC. N. 2194/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 087/06, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que denomina Av. Alcibíades Martins da Rocha o logradouro público cadastrado, conhecido como Av. 8809 - Loteamento Vivendas Nova Ipanema, localizado no Bairro Hípica.

 

PROC. N. 2199/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 088/06, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que institui o Dia Municipal do Agente de Segurança, a ser comemorado no dia 12 de agosto de cada ano.

 

PROC. N. 2471/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 072/06, de autoria da Mesa Diretora, que estabelece política salarial para os funcionários da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. N. 0838/06 - SUBSTITUTIVO N. 01, que institui o Mês da Saúde Preventiva da Obesidade Infantil, no âmbito do Município de Porto Alegre, que ocorrerá, anualmente, no mês de junho, passando a integrar o Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 029/06, ambos de autoria da Ver.ª Neuza Canabarro.

 

PROC. N. 1572/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 061/06, de autoria do Ver. Raul Carrion, que dispõe sobre a colocação de obras de artes plásticas nas edificações com área adensável igual ou superior a 2.000m2 (dois mil metros quadrados) e dá outras providências.

 

PROC. N. 2005/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 079/06, de autoria do Ver. Ervino Besson, que denomina Praça Francisco José Martins o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Praça 974, localizado no Bairro Sarandi.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Sr. Presidente, nós apresentamos - aliás, tem muito a ver com o que estamos debatendo hoje - sobre o holocausto destes inocentes defensores da sociedade brasileira, para os quais estamos propondo, em Pauta, o Dia Municipal do Agente de Segurança Pública. É algo necessário, porque tudo o que está acontecendo no Brasil - os desmandos administrativos, os desmandos políticos - está recaindo em cima desse cidadão, que sempre tem pago o “pato” das mazelas da Administração Pública deste País, quer do policial, quer do brigadiano, quer do soldado, quer daquele que é, como disse antes, mal pago, mal reconhecido na sua profissão. Se ele erra, é levado ao holocausto até na Justiça, ele tem de pagar, em nome da sociedade, a sua defesa. Se ele acerta, trata-se da estrita obrigação do cumprimento do seu dever.

Tenho aqui, meus senhores, o decréscimo das verbas federais para as causas da Segurança em 11%; isso é contribuir com a violência, diminuindo as verbas públicas federais. O narcotráfico, encarregado da Polícia Federal, os grandes e periculosos assassinos são da Polícia Federal...

Ouvi na rádio uma pesquisa interativa em que os advogados de um perigoso assassino, chamado Seco, reivindicavam um tratamento imediato com cirurgia, porque ele estava preso. Aí informaram, através do SUS, que ele teria que esperar, no mínimo, seis meses, e os advogados entraram com recurso querendo a imediata cirurgia desse preso - desse herói, na cabeça de alguns. E eu pergunto ao nobre Vereador - com quem nós temos um embate magnífico nesta Câmara: acha justo que o Sr. Seco seja operado imediatamente, enquanto o povo brasileiro fica na fila do INSS, na fila do SUS, meio ano, um ano para fazer a sua cirurgia?

 

O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ismael Heinen, em primeiro lugar, é uma satisfação fazer o debate na tribuna com Vossa Excelência. Eu queria ponderar para V. Exª o seguinte: eu não tenho esses dados dos gastos federais em Segurança, e V. Exª também não nos trouxe aqui, colocou de uma forma muito vaga. Agora, veja bem, vamos partir da hipótese de que houve uma queda dos gastos em recursos de Segurança, e, apesar disso, os investimentos federais, em Segurança, subiram, no Estado do Rio Grande do Sul, para 63% dos gastos do Governador do Estado aqui. E os do Governo do Estado baixaram para 37%. Então, baixaram muito mais aqui no Rio Grande do Sul. É lamentável.

Quanto ao Seco e ao problema da cirurgia, nós achamos que tanto o Seco quanto o povo brasileiro têm direito ao atendimento médico em qualquer circunstância. Muito obrigado.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Para V. Exª ver, nobre Vereador, se eu não estou certo ao afirmar os estertores desta nova República, nós temos de tomar uma posição para fazermos uma República realmente democrática e responsável, em que possamos ter o Agente de Segurança como amigo da população e não como inimigo, não como estão fazendo: matando, deixando famílias enlutadas. E eu vejo aqui apenas uma voz a defendê-lo. Nobre colega, é política partidária eu defender a vida do cidadão que cumpre com seu dever? Se for, com certeza, será sempre uma política partidária que farei.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Excelência. O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo. Ver. Dr. Goulart, demais Vereadoras, Vereadores, todos que nos assistem aqui e também em suas casas, eu queria começar, Ver. Ismael, tocando nesse assunto que V. Exª traz para cá. Em relação à política de Segurança Pública, quem é o responsável na nossa Carta Magna? Os Governos Estaduais, a Polícia Civil, as Polícias Militares. Vejamos o que aconteceu em São Paulo - o seu Governo, o PFL é quem governa - de sexta para sábado: 115 ataques, 69 rebeliões, mais de 60 ônibus incendiados, agências bancárias, o Fórum, um prédio do Fórum, 72 mortos. E não foi no local onde o Governo Lula preside. Depois, houve 36 policiais mortos, 11 detentos, assim por diante.

Agora, o que diz o Diretor da Associação dos Oficiais da Polícia Militar de São Paulo? As promessas do Governo Estadual, do PFL, do PSDB, é bom que se diga, não foram cumpridas. O que eles pediram? Bloqueadores de celulares nas prisões, não foram colocados; eles pediram vidros blindados nas bases operacionais, foram prometidos e não foram colocados.

Olha o que diz o Presidente da Associação dos Cabos e Soldados da PM, Wilson Moraes, palavras textuais: “A Secretaria de Segurança Pública sabia das conseqüências após a transferência dos líderes do PCC. Por que não reforçou o policiamento nas delegacias e nas bases?” Incompetência do Governo do seu Partido, o PFL. E mais, Moraes defende que o Governo substitua o Secretário da Segurança e o da Administração Pública Penitenciária; são palavras textuais dele: “O da Segurança é arrogante, prepotente, não entende nada de Segurança Pública” - seu Governo, Ver. Ismael - “O da Administração Penitenciária ninguém respeita!”. E V. Exª vem acusar o Lula?! Vá olhar o problema no seu Estado, a incompetência do seu Governo!

E o Delegado André Di Rissio, Presidente da Associação dos Delegados, Ver. Todeschini, lá de São Paulo, diz: “Temos um amador na Segurança, e outro incompetente na Administração Penitenciária!” Estão aqui os culpados, Ver. Ismael, colocados pelo Governador Lembo, e o que é pior: o Presidente Lula colocou 4.500 homens de elite à disposição, e o seu Governador do PFL, o Partido que fraudou o painel do Senado, disse: “Não queremos apoio do Governo Federal, não precisamos do Lula”, e vem V. Exª cobrar do Lula? Dê um telefonema para o Lembo, do PFL, e diga para ele, se ele não sabe, que o Presidente Lula está à disposição!

Outra coisa: o Rio Grande do Sul, se nós não fizermos alguma coisa, Ver. Mario Fraga, bem rápido, vai chegar nesse caos. Os dados estão colocados aqui: insegurança no Estado, recorde de delitos, recorde de roubos, diminuição do efetivo da Brigada. Então, gente, não vamos botar, Verª Neuza, a culpa no Lula! Eles têm de fazer a lição de casa aqui, Ver. Brasinha. Não fizeram em São Paulo, e deu no que deu.

Bem, para concluir, queria, rapidamente, também manifestar minha solidariedade às palavras da Verª Manuela D’Ávila, sobre o desrespeito que alguns órgãos de imprensa deste Estado estão tendo com esta Casa. Esta Casa, independente das divergências, Ver. Sebenelo, Ver. Ismael, Ver. Ibsen, Verª Neuza, é uma Casa séria, uma Casa que trabalha, que vai, às vezes, até às 9 horas da noite trabalhando, e eles vêm aqui e pescam atitudes de alguém.

Quero dizer que também fui entrevistado. Da tribuna, quando terminei o pronunciamento, disse: “Agradeço a atenção de todos os Vereadores”, e me perguntaram: “Como é que o senhor agradeceu a atenção, se eles não o estavam escutando?” Eu disse: “Olha, meu amigo, já me acostumei nesta Casa. Às vezes, estou preparando a minha intervenção e estou escutando o Vereador que está na tribuna. Às vezes, suspendo a preparação da minha intervenção para fazer um aparte. Às vezes, não estou aqui; estou atendendo a comunidade no meu gabinete, e há equipamento de som, aí vem o Ver. Sebenelo e faz uma crítica e tal, daqui a pouco ele olha, e eu estou aqui, Ver. Dib, aparteando o Ver. Sebenelo. O Vereador tem múltiplas atividades”.

E o que me deixou mais chocado, naquele dia, foi com relação à Verª Manuela, que estava no computador, numa conversação pela Internet, que é um direito do Vereador, e veio um câmera, por trás, sem licença, se imiscuir no que ela estava fazendo. Quando ela fechou o computador e o questionou, ele disse que só estava testando o foco. Ainda mentiu! Ainda mentiu! Essa gente não tem dignidade de fazer crítica aos Vereadores desta Casa. Queria lavrar o meu protesto aqui e dizer que isso não engrandece a imprensa do Rio Grande do Sul! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, quero dizer aqui, com a maior tranqüilidade, sem essa eloqüência do Ver. Raul Carrion, que, na minha opinião, Vereador, todos os Governos fracassaram na questão da Segurança Pública. Nós temos que ser sinceros. Eu lembro que, no meu primeiro mandato aqui, trabalhou para o Município Luís Eduardo Soares - o Ver. Sebastião Melo deve se lembrar -, que, inclusive, ganhou um alto salário da Prefeitura para contornar, para dar uma nova noção de Segurança Pública na Capital - se não me engano, no Governo Tarso -, e não conseguiu.

Então, na realidade - o Ver. Carrion está numa briga com o Ver. Ismael -, nós temos que ser sinceros: a nossa Polícia “está pagando o pato” pelos desmandos deste País, pela falta de capacidade dos políticos - temos que ser sinceros - de enfrentar essa situação. Os Governos Municipais, Estaduais e Federal fracassaram no quesito segurança. Fracassaram, Ver. João Dib! E isso daí acontece há anos. Não se faz um planejamento a curto prazo, e sim um planejamento a médio e a longo prazo na Segurança Pública do nosso País. Portanto, eu entendo que o que está acontecendo é um fracasso.

E há gente aqui que ainda defende a possibilidade de abertura total das drogas. Ora, por que existe isso daí? Os grandes traficantes estão por trás dessa grande capacidade de argumentação. Eles estão usando telefones, mobilizando todo o País, estão mais preparados do que a Brigada Municipal ou a própria Segurança Pública de São Paulo; enfim, está estourando em todo o País. Então, é lamentável a situação do País.

As pessoas que vêem a corrupção em Brasília se acham no direito, vendo aquela facilidade em Brasília... Imaginem, os criminosos devem dizer: “Se os políticos estão fazendo em Brasília o que estão fazendo” - e a mídia divulga -, “nós estamos na mesma proporção, temos o mesmo direito”. Quer dizer, perdeu-se o balizamento político, social, cultural; enfim, o Brasil é isto que está aí. Não adianta “taparmos o sol com a peneira”. Todos os Governos fracassaram, e este Governo está fracassando também. Portanto, é uma política nacional de segurança que afeta os Estados, os Municípios. Cada vez mais, o bandido está mais capacitado, mais aparelhado - tecnologicamente, muito mais aparelhado até do que a Polícia. Lamentavelmente, é este o País em que nós vivemos.

Depois que esteve aquela entidade social aqui, que se referiu à FASC, eu fui buscar na FASC algumas informações, para que pudesse trazer a esta Casa que o Plano Plurianual de Assistência Social está sendo reajustado e adequado para o exercício de 2007, já que, como eu disse aqui - e é verdade -, há mais de dois anos o Orçamento está na mesma. Portanto, ele deve ser reajustado para 2007 e, conseqüentemente, com alguma suplementação de recursos para 2006 - e nos colocam aqui o valor de 832 mil, bem como a implantação de uma política dos PCDs, pessoas com deficiências, no valor de 720 mil.

Segundo ponto: o Sesrua. Eu quero dizer que, quando assumi a SMOV, quem tirava as pessoas das ruas, de debaixo das pontes, era um setor da SMOV, que, na realidade, estava todo desvirtuado, e nós o desmembramos. Nós devolvemos, por exemplo, à SMAM o setor de área de risco e à FASC esse setor de retirar as pessoas das ruas, porque a SMOV não tem essa capacidade, não é para isso que a SMOV, Secretaria Municipal de Obras e Viação.... Inclusive, o serviço não estava sendo bem feito, porque não era da competência da Secretaria. Nós provamos, através da Procuradoria-Geral do Município, que não era competência da SMOV a questão de tirar pessoas de debaixo das pontes, e devolvemos a quem era de direito: caso de risco para a SMAM, e essa parte de remoção de pessoas de debaixo de pontes para a FASC. A Supervisão, também, de assessoria do projeto que foi elaborado está ampliando. Outro aspecto que foi muito importante: temos aí a possibilidade de concurso público, porque há um maior número de programas e demandas na área de Assistência Social.

Eu vou passar uma correspondência, em nome da Casa, em nome dos Vereadores... E aí a entidade que esteve aqui tem razão, nós vamos cobrar da EPTC, pois ela diz o seguinte (Lê.): “Sugerimos ao Vereador que entre em contato com a EPTC para apurar as confecções de carteirinhas de passe livre gratuito”. Verª Maria Celeste, nós vamos passar para a Líder do Governo, para que ela possa agilizar na EPTC, porque essa questão está muito burocrática e realmente está demorando. Então, é uma colaboração que eu dou, e a informação que eu dou é de que vamos pedir à Líder do Governo para que entre em contato com a EPTC para agilizar essa questão das carteiras e do passe livre gratuito para essas entidades. Obrigado, Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, está em Pauta um dos excelentes Projetos do Ver. José Ismael, que fala do Dia do Agente de Segurança - essa Segurança que nós temos debatido tanto neste Plenário. E o Agente de Segurança, seja privado ou público, merece toda a consideração, toda a atenção dos serviços públicos e da Prefeitura Municipal, numa cidade com graves problemas na área da Segurança. Mas não é só a cidade de Porto Alegre que tem esses problemas, não. Esses problemas são graves em todas as cidades do Rio Grande do Sul, em todas as cidades do Brasil, especialmente nas grandes capitais. No momento em que o Agente de Segurança emprega o seu tempo de trabalho na proteção de nossos filhos, de nossos amigos, de nosso bairro, ele tem uma atitude absolutamente patriótica, importante e indiscutivelmente arriscada. É a esse risco que se expõe o Agente de Segurança, seja nos presídios, onde as questões da carceragem brasileira estão, a todo momento, mostrando a sua face indigesta e socialmente insuportável, seja na criação...

 

(Aparte anti-regimental do Ver Adeli Sell.)

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Olha aqui, Sr. Presidente, ele que faça o aparte do microfone, que peça Questão de Ordem, porque estou falando sobre o Dia Municipal do Agente de Segurança! Estou falando sobre Segurança Pública aqui, porque é o Dia Municipal do Agente de Segurança!

 

O SR. ADELI SELL (Questão de Ordem): O Vereador está tratando de um tema nacional, e a Pauta diz respeito ao Dia Municipal do Agente de Segurança.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Mas é Segurança.

 

O SR. ADELI SELL: São temas diferentes, e o Vereador é useiro e vezeiro em falar sobre outras coisas.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Se o Ver. Adeli Sell está irritado por causa disso, então é porque eu estou certo e vou continuar na mesma linha, dizendo o seguinte: eu falei todo o tempo sobre Agentes de Segurança, sobre o Dia do Agente de Segurança no Município de Porto Alegre. Mais uma vez, o Ver. Adeli não foi feliz. Como ele costuma ser “Viamão lotado”, ele passa a mil, e eu só falei sobre o Agente de Segurança. O Ver. Adeli não tem sido feliz nos apartes e, às vezes, se comporta como um ônibus de Viamão lotado: passa em grande velocidade, não presta atenção no que estamos falando.

A questão da Segurança é uma questão que tem que ser debatida, Sr. Presidente, através da Pauta do dia de hoje, pois a Pauta está bem clara: Dia Municipal do Agente de Segurança. Eu não estou falando do Agente de Saúde, estou falando sobre Segurança! O Agente de Segurança faz segurança! Eu vou explicar melhor: segurança é o papel desempenhado pelo Agente de Segurança, Vereadores - se quiserem aceitar ou não -, e é disso que estou falando, seja em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul ou no Brasil. E, como nós sofremos aqui em Porto Alegre o corte de verbas do Governo Federal, esse herói, que vive sem estrutura, que trabalha apenas com a sua vontade e sem ferramentas, passa indiscutivelmente a ter o mérito de ter um Dia que seja dedicado exclusivamente a ele, que, com seu papel protetor e com seu papel de indiscutível valor social, é lembrado neste Projeto, que hoje passa a ser da maior importância, porque, indiscutivelmente, a segurança no País é não mais um indicador só social, um indicador de segurança é um indicador de desenvolvimento.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito obrigado, Excelência. O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente Dr. Goulart, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, não podia ser mais feliz o nosso amigo Ver. Ismael Heinen ao propor um Projeto que institui o Dia Municipal do Agente de Segurança, a ser comemorado em 12 de agosto de cada ano.

Eu acredito, Ver. Ismael, que, pela insegurança por que passamos todos nós, precisamos, realmente, a cada instante, discutir mais e mais essas políticas sobre Segurança Pública que desapareceram do cenário nacional. E eu acredito que o lugar ideal para discutirmos essas políticas é exatamente dentro de cada um dos Municípios. E por que não aqui, Ver. Adeli Sell? Também podemos ter a oportunidade de discutir aqui em nossa Porto Alegre os problemas que nos atingem na área de Segurança Pública.

Eu fiquei realmente alarmado, Ver. Todeschini, com o que li hoje no jornal Zero Hora e demais jornais, uma mensagem que só poderia, realmente, partir de alguém ligado a Partidos políticos. E eu não quero acusar aqui nem A, nem B, mas o que está acontecendo é alguma coisa que chama a atenção de todos nós. A ordem inicial que foi captada foi a seguinte: “Matem o pessoal do PSDB; os irmãos que não cumprirem a missão também ficam sujeitos à morte”. Essa foi a mensagem inicial dessas rebeliões todas que foram iniciadas. Quem poderia querer a morte do pessoal do PSDB? Será que essa mensagem era para matar, quem sabe, o Alckmin? Quem sabe essa mensagem era para matar o Sr. Serra? Ou outras Lideranças que, porventura, podem chegar à Presidência da República? Talvez sim, eu não sei. A mensagem está aqui, foi captada, está nos jornais de hoje da nossa Cidade e do País todo, Ver. Claudio Sebenelo. “Matem o pessoal do PSDB!”

Os nossos amigos Agentes de Segurança - nós temos aqui vários amigos nossos Agentes de Segurança -, que vivem em completa insegurança tentando dar segurança para o restante da população, essas pessoas precisam ser homenageadas a todo instante! A todo instante, nós precisamos ser solidários a elas para que mais recursos por parte da União, por parte dos Estados e dos Municípios possam ser destinados a fim de que possamos realmente melhorar as suas condições de trabalho! Os Agentes de Segurança precisam a todo instante merecer a atenção dos organismos públicos para que mais recursos possam lhes ser dados, a fim de que essa insegurança toda não seja manifestada assim como nessas rebeliões, que essa insegurança toda não seja vivida por um Partido político como o nosso, Ver. Sebenelo, quando alguns marginais que eu acredito que, se fazem parte de outros Partidos, são a escória desses outros Partidos...

Mas dar ordens dessa maneira, para que aqueles que estão iniciando a rebelião visem, exatamente, àquelas Lideranças ligadas ao PSDB...! Realmente é alguma coisa que eu nunca tinha vivenciado, eu nunca tinha ouvido nada igual! “Matem o pessoal do PSDB!” De quem poderia vir essa ordem? Quem será que tem tanto ódio do pessoal do PSDB? Quem faria uma rebelião abrangendo quatro Estados do nosso País exatamente com essa ordem? Não basta o que já aconteceu em matéria de política? Não bastam os roubos que já tivemos em todo o Território nacional?! Não basta o prejuízo que toda a população vem sofrendo, dia após dia, com a falta de políticas para vários setores - setores econômicos, setores de Segurança Pública e todos os setores que envolvem a vida nacional... Agora, nós estamos às voltas, exatamente com esta insegurança, que é a insegurança das Lideranças do nosso Partido! “Matem o pessoal do PSDB!” - é a ordem do PCC.

Eu pergunto: a que Partido político está ligado o PCC? A quem interessa, realmente, essa ordem? E essa é uma resposta que cada um de nós pode dar mentalmente, sem precisar externar, porque isso, na verdade, poderia não fazer jus a alguns companheiros que nós respeitamos aqui neste Plenário. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; colegas Vereadores, colegas Vereadoras, hoje o tema do debate é Segurança Pública, e foi oportuno aqui o Projeto protocolado pelo Ver. José Ismael Heinen, que trata do Dia Municipal do Agente de Segurança.

Tratar do Dia Municipal do Agente de Segurança em Porto Alegre é tratarmos da questão referente aos funcionários públicos municipais que fazem a segurança, desde a nossa Guarda Municipal; é tratarmos de todos os PMs e as PMs que trabalham; é tratarmos dos Agentes da Polícia Civil; é tratarmos dos Bombeiros e assim por diante. Agora, não basta instituirmos o Dia Municipal do Agente de Segurança, se não trabalharmos as políticas e não as efetivarmos concretamente, Ver. José Ismael Heinen. Há poucos dias, Ver. Ervino, V. Exª veio à tribuna aqui se solidarizar com a família de um brigadiano que tombou na defesa do seu serviço, tentando proteger a Cidade. Por que esse tombou e muitos outros tombam? Porque a delinqüência está tomando conta frente às políticas de Segurança Pública que estão sendo implementadas em nosso Estado.

Porto Alegre, hoje, tem a maior carência de PMs dos últimos vinte anos! Em 2005, nós tínhamos, em Porto Alegre, somente 2.839 policiais da Brigada Militar. Em 2003, nós tínhamos 4.052. Obra de quem isso? Obra do Governo Germano Rigotto! É obra deste Governo colocar em risco, por completo, os nossos trabalhadores da Segurança Pública! É claro que deixar sem estrutura é deixar os Agentes de Segurança, que V. Exª está querendo homenagear aqui hoje, à mercê da delinqüência. E não vamos longe! No 21º Batalhão, lá na Restinga, Ver. Mario Fraga, não há gasolina para locomoção das viaturas; não há viatura para poder atender às comunidades! Esta é a realidade!

Vejam só, senhores e senhoras ouvintes: hoje, segunda-feira, às 19 horas, o então Secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Sr. Otávio Germano, Deputado Federal, está lançando um livro, colocando as suas experiências referentes à qualidade da Segurança Pública do Rio Grande do Sul. Pelo amor de Deus! Esse Sr. Deputado Federal faliu a Segurança Pública junto com Germano Rigotto!

É isso que nós temos que analisar no Projeto que V. Exª está apresentando para comemorar o Dia da Segurança Pública ou do Agente de Segurança Pública no Município de Porto Alegre. É esta a realidade! Como vamos tratar desse tema com dois pesos e duas medidas? Fazermos uma homenagem às pessoas que trabalham na Segurança Pública é louvável, mas, se não virmos aqui para esta tribuna denunciar a falta de política ou os desmandos na política e a desconstituição dos instrumentos e das estruturas de Segurança Pública, é claro que o PCC vai comandar em todas as esferas da Nação. E aí, colegas Vereadores que vieram aqui fazer uma crítica, quem está comandando hoje o tráfico de dentro dos presídios é fruto da sociedade. Essas pessoas têm hoje quantos anos? Trinta e cinco, quarenta anos. Essas pessoas foram marginalizadas no processo da sociedade brasileira. Quem foi que governou este País nos últimos 30 anos, 40 anos? Será que é responsabilidade exclusiva do Governo Federal, que está aí há três anos? De quem é a responsabilidade, Ver. José Ismael Heinen, proponente do Projeto que institui o Dia Municipal do Agente de Segurança Pública?

 

(Aparte anti-regimental.)

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Ah, sim! A ARENA, há bem pouco tempo, seu Partido antecessor, da sua história filosófica, o PFL, que esteve nos últimos oito anos junto com o Governo Federal.

Então, temos que dizer isso. Queremos, sim, apoiar essa homenagem ao Agente de Segurança, mas temos que tratar dessas políticas de uma maneira justa.

 

O Sr. José Ismael Heinen: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Tenha a bondade, Ver. Ismael.

 

O Sr. José Ismael Heinen: Obrigado, Ver. Comassetto, quero fazer só um reparo na sua colocação. Já se passaram mais de vinte anos e será que não deu para corrigir a política? Temos que começar hoje, então. Se em vinte anos não conseguimos, vamos começar hoje a mudar essa política.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Para concluir, Sr. Presidente, não posso deixar de responder ao meu nobre colega, Ver. Ismael. É verdade, mas a última década foi uma década perdida, década FH, PSDB, PFL. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI (Requerimento): Sr. Presidente, no último sábado, em um Encontro Estadual do PSB, sofremos uma perda profunda no nosso Partido com a morte do Cabo Grande - chamado dessa forma, carinhosamente -, ex-Presidente da Câmara de Vereadores de São Martim.

Sr. Presidente, solicito um minuto de silêncio pelo falecimento do Sr. Cabo Grande e também por todos aqueles que tombaram, neste final de semana, em São Paulo, sejam prisioneiros, militares ou civis.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Deferimos o pedido.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos assistem pelo Canal 16 e nas galerias, saúdo a todos.

Estimado colega Ver. Ismael, um homem que pertenceu às nossas Forças Armadas e que conhece, como poucos, o problema da insegurança que o nosso País vive no dia de hoje. O seu Projeto, Vereador, que institui o Dia Mundial do Agente de Segurança, a ser comemorado no dia 12 de agosto de cada ano, vem em muito boa hora a esta Casa. Sem dúvida, meus caros colegas Vereadores, é uma oportunidade de a Casa prestar uma homenagem aos policiais, aos Agentes de Segurança, para que eles tenham reconhecimento pelo que representam para a segurança do nosso povo. Podemos citar, por exemplo, o que aconteceu em São Paulo, no dia de ontem, e não foi só em São Paulo, Ver. Ismael, também em Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, queira Deus que não venha aqui para o Rio Grande.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Raul Carrion.)

 

O SR. ERVINO BESSON: Quem governa esses Estados? Quem governa, Ver. Raul Carrion? Não, não é assim. E essas armas que mataram esses policiais? Há pouco, Ver. Elói Guimarães, esta Casa discutiu - e nós fizemos um belo trabalho - a Lei do Desarmamento. E o povo deu a resposta nas urnas.

Vossas Excelências sabem se as armas que mataram esses policiais em São Paulo são armas leves? É tudo arma contrabandeada, é tudo arma de grosso calibre! Não são as armas leves que nós fabricamos aqui! São armas contrabandeadas, armas de grosso calibre, meu caro Presidente! Só há um culpado para tudo o que anda acontecendo no que diz respeito à nossa insegurança: o nosso Governador Rigotto. Esse é o culpado de tudo. O Governador Rigotto e o Secretário de Segurança, José Otávio Germano, são os responsáveis por tudo o que anda acontecendo. Pelo que foi dito aqui, até em São Paulo, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, o Governo do Estado é o culpado por tudo!

Há poucos dias, graças à nossa imprensa, que fez um belo trabalho, evitou-se aqui, na nossa Cidade, uma passeata para a liberação das drogas; essa praga, essa praga, que traz tanto malefício à nossa população! Se alguém pensa que a droga não está por trás disso que está acontecendo, está muito enganado. Agora, Porto Alegre estava programando uma passeata para a liberação das drogas! É, minha gente, o que está por trás disso aí? Vamos mais além um pouco, o Governo do PT trouxe a Porto Alegre Luís Eduardo Soares para resolver o problema da insegurança na nossa Cidade. O que queria o grande estudioso, o grande poderoso homem que veio aqui para o Estado trazido do Poder Central a peso de ouro - peso de ouro! - para resolver o problema da nossa insegurança? Luís Eduardo Soares! Sabe o que ele queria, meu caro Presidente, Ver. Dr. Goulart? Qual era a proposta dele? Liberar a droga, gente! Está mal, não é? Luís Eduardo Soares veio aqui e propôs a liberação da droga, meu caro Ver. Elói Guimarães, para resolver o problema da Segurança! É duro, meu caro Presidente, é muito duro! Agora tudo o que está acontecendo, hoje, no nosso País - São Paulo, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, talvez até aqui no Rio Grande - tem um culpado; o Governador Rigotto e o Secretário de Segurança são os culpados de tudo o que está acontecendo. Lamentável! É lamentável, sinceramente lamentável, meu caro Presidente! Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Ver. Besson. A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

(O Ver. Ervino Besson assume a presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Ver. Ervino Besson, na presidência dos trabalhos; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, um dos índices mais altos de violência neste País, dentro de uma forma de organização de política de segurança, se deu exatamente durante o período da ditadura militar. Aliás, naquela época, oportunizou-se, Ver. Ismael - V. Exª é sabedor disso -, a morte de grandes líderes que, com certeza, fazem muita falta neste País. Mas a terra, em muitos lugares, ainda não está impermeabilizada, e ainda brota a esperança de muitas pessoas que continuaram a história de luta deste País. Naquela época, a tortura e apenas a política de quatro paredes eram a política de Segurança. E seguiu-se assim.

Nós temos no mundo inteiro, Verª Sofia Cavedon, várias experiências, inclusive em Cuba, sobre o trabalho que os presidiários têm, Ver. Neuza Canabarro. E não precisamos ir longe, aqui em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, no presídio Madre Pelletier, hoje, muitas apenadas já têm oportunidade de fazer cursos universitários junto à Faculdade do IPA, o que nos orgulha, porque acreditamos em políticas preventivas. A prevenção é uma a forma que temos para evitar esse problema, mas, mesmo quando apenado, existem muitas políticas pedagógicas que podem ser usadas para amenizar os problemas.

No meio de tantos bandidos que de fato não têm recuperação, Ver. Elói Guimarães, temos um sistema judiciário terrível, maléfico neste País, um sistema que faz com que aqueles pequenos “ladrões de galinhas” se tornem, muitas vezes, grandes bandidos, porque não há outra saída, da forma como está estruturado. Agora, nós temos grandes marginais livres também, que continuam transformando a política pública, a política privada e a forma como está organizada a estrutura da sociedade, cada vez mais, nesse caos.

São Paulo é um exemplo de como, em especial, o PSDB - os tucanos - e o PFL tratam essa questão. Eu lembro que, quando abriram o cárcere no Carandiru, quando abriram a prisão, entraram lá pessoas portando...isso oficializado pelo Comando da época. A forma de reabilitação que eles fazem é colocar num paredão, elimina-se todo o mundo e tudo bem, como se não houvesse um grande comprometimento das instituições...uma grande parte dessas instituições hoje são comprometidas com o narcotráfico internacional.

Nós estamos, de fato, em função dessa política de Governo, enfrentando esse caos, mas essas pessoas... E eu ainda ouvi hoje o candidato do PSDB dizer que tem de ir até o final, tem que fazer de uma forma... Só faltou dizer que tinha que ser com fuzilamento. Então, essa é a forma, de fato, que o PSDB pensa em vir aqui, quer colocar a sua candidatura para o Governo Federal e agir dessa forma.

Aliás, a CNBB, Ver. Ervino Besson, tem toda razão! Diante dos problemas que o Governo atual tem enfrentado, há um grande medo de que, com a entrada do Alckmin, volte a ditadura militar, o que nós não vamos deixar acontecer, porque a população brasileira, apesar de sabermos que ainda não estamos no estágio, longe disso, falta muito... Ver. Dib, eu sei que V. Exª é um grande democrata, um grande parceiro junto conosco na Câmara Municipal de Porto Alegre, sempre agiu dessa forma. Nós estamos prontos para enfrentar, com democracia, com garra, com propósitos, com as nossas experiências de vida política, para que isso não volte a ocorrer. E eu tenho certeza de que muitos setores militares são setores seriíssimos, mas, infelizmente, nós tivemos essas manchas e junto alguns Partidos políticos, esses que levaram ao caos este País, Partidos que deveriam se resguardar da triste história que deixaram como legado para este País. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Verª Maristela Maffei. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, a tônica do dia de hoje é o problema que está ocorrendo em São Paulo - incrível, terrível -, e nós começamos a culpar todas as outras pessoas, todos os outros Partidos, mas na verdade, Sr. Presidente, uma coisa eu queria deixar claro - já no pronunciamento da Verª Maristela Maffei: o Judiciário não faz as leis, ele aplica as leis que são feitas por aqueles Deputados que estão envolvidos, há dois anos quase, no “valerioduto”. Estão envolvidos numa série de outras coisas que não são os interesses do País, estão lá cuidando dos seus próprios interesses, e eu não sei quando é que vão modificar o Código Penal. Na modificação do Código Civil, quando ele entrou em vigor, já estava desatualizado de tanto tempo que levaram para fazer o Código, para dar tranqüilidade ao povo. E agora nós precisamos modificar a Lei Eleitoral, e o Código Penal tem que ser revisto. As pessoas não podem ficar com trinta anos de prisão e saírem em cinco ou seis anos, portanto as coisas que estão no Código... E não é o juiz, o juiz apenas aplica a lei.

Agora, nós falamos em segurança no País, e ela está submetida à Secretaria Nacional de Segurança Pública, e foi dito aqui hoje que havia um Orçamento de 118 milhões de reais. É, o Orçamento poderia ter sido esse, mas eu ouvi a Senadora Heloísa Helena e o Senador Paim dizerem que, desses 118 milhões de reais, foram desviados recursos. Quem tem que combater o crime organizado é a Secretaria Nacional de Segurança Pública, com a Polícia Federal, mas a Polícia Federal tem sete mil homens, e a Marinha tem sete mil homens também lá em Brasília - deve ser para navegar no “valerioduto”, deve ser para isso! Eu não sei que navios há em Brasília, talvez haja algum jet ski lá no lago, pode ser, né?! Mas não vejo por que sete mil marinheiros em Brasília, e, em todo o Brasil, há sete mil policiais federais.

Hoje a Polícia Federal se propôs a auxiliar o Governador de São Paulo, e ele diz que aceita todas as informações, mas eles não podem deslocar tanta gente; se cada policial federal tem 1.200 quilômetros quadrados deste Brasil para cuidar, ele não pode deslocar os policiais para São Paulo. Mas acho que o Governador de São Paulo poderia e deveria ter aceito as Forças militares. Isso eu acho que ele deveria ter aceito, porque, quando o Exército aparece, a disciplina parece que aumenta.

Então nós temos que culpar, mesmo, é o Governo Federal, com a sua Secretaria Nacional de Segurança Pública, que controla e tem contato, pelo menos, com todas as outras Secretarias de Segurança dos Estados, mas não tem recursos. E os recursos, como os da Saúde, também já foram desviados lá daquela pobre Secretaria, que já teve como chefe, como Secretário Nacional, aquele mesmo que veio fazer o estudo aqui, que ficou oito meses ganhando um bom salário e não apresentou um trabalho à altura das necessidades da Capital porto-alegrense.

Portanto, Sr. Presidente, não adianta fazer discurso. Nós precisamos é mudar aquele Congresso Nacional, que não faz nada por este País. Mudar os “sarneys”, os “antônio carlos magalhães” e outros tantos que por lá há - o Severino que já foi, não deixem ele voltar -, e os “gomes” e os “joão cunhas”, toda essa gente que só fez mal a este País. E agora, de forma espantosa, eles são absolvidos, e sempre há 70, 80, 90 Deputados que não comparecem. Os que não comparecem estão dizendo que, apontados como culpados, devem ser absolvidos; os que votam em branco estão absolvendo; os que anulam o voto estão absolvendo; os que se abstêm de votar estão absolvendo. Nós precisamos mesmo mudar aqueles que nos dirigem lá no Congresso Nacional, os “calheiros” e outros tantos, mas nenhum tão bandido quanto o José Sarney. Nós precisamos, sim, uma reforma muito grande para que haja mais segurança, para que haja trabalho, para que a Saúde possa ser uma realidade e não apenas uma inscrição na Constituição Federal.

É isso, Sr. Presidente, eu realmente tenho muita preocupação, acredito que todos os Vereadores têm a mesma preocupação, não dá para culpar este ou aquele Partido, todos deixaram de fazer o que deveriam fazer, todos fizeram o que puderam fazer, e a coisa vai muito mal. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo. Presidente, nobres colegas, não gostaria de voltar a usar esta Liderança, mas o faço devido as informações que, após a minha última intervenção, eu ouvi. Hoje foi falado pela primeira vez aqui no regime militar, mas logo também a mesma colega falou em paredón. Comparar a segurança do indivíduo no regime militar, que era um regime de exceção, com o que está acontecendo nos dias de hoje... (Pausa.) Posso começar agora, Sr. Presidente? Obrigado, Verª Sofia.

Como falei, Sr. Presidente, quiseram comparar, quiseram falar do regime militar e da segurança do indivíduo nos dias de hoje. Aí é brincadeira! Brincadeira da grossa! Sou democrata, convivi em um regime militar cumprindo com as minhas obrigações. Agora, dizer que havia menos segurança do que hoje, aí não! Com a exceção do regime militar, que não era democrático, nós pudemos falar em suficiência de petróleo, desenvolvimento de energia, de Segurança, de Educação, em tudo, principalmente em Educação, não tínhamos casas gradeadas, tínhamos o direito de ir, de sair, de deixar nossos filhos livremente sair à noite. Eu nem quero trazer isso, mas há gente que combateu o regime militar... E eu acho que o regime militar estava cioso de entregar este País à plena democracia. E defender Cuba com paredón, democracia com paredón? Aí, não!

Eu quero trazer à luz dos fatos os investimentos na Segurança Pública Nacional. Eu tenho os dados aqui, e são estarrecedores! No ano de 2002, o total de investimentos na Segurança Pública Federal foi de 503 milhões de reais; em 2003, foram investidos 300 milhões de reais; em 2004, o valor subiu para 530 milhões de reais; em 2005, ele já baixou para 475 milhões de reais, Ver. Ervino Besson, e, até o dia 12 maio de 2006, os investimentos foram de apenas 64 milhões de reais - 15% do que deveria ser liberado. Talvez o fruto da crise esteja aí! O que muitos não querem admitir.

E, falando sobre o Rio Grande do Sul, a emissão de empenhos, no ano de 2005, para a Segurança Pública, destina ao Rio Grande do Sul 16 milhões. Valores pagos, gente: 4 milhões. Onde ficaram os outros 12 milhões? Em São Paulo, crise atual em 2005, foram empenhados 73 milhões, e pagos 50 milhões. Estão aqui os dados extraídos, dou as fontes para quem quiser conferi-las. (Mostra documento.) Vejam: Departamento de Polícia Rodoviária Federal, 19 milhões em 2004, 7 milhões em 2005, 8 milhões em 2006, essa até que está boa; Departamento de Polícia Federal, de 58 milhões para 7 milhões; Fundo Penitenciário, o Funpen, 146 milhões em 2004, 91 milhões em 2005 e, este ano, conta apenas 6 milhões; Fundo Nacional de Segurança Pública, 270 milhões em 2004, 200 milhões em 2005, e, neste ano, até o final de maio, foram 12 milhões. O que nós temos falado está aqui comprovado.

O que eu afirmei continuo afirmando: é crise cultural, é crise de estadismo, falta estadista neste Brasil, porque todo mundo faz o que quer, há impunidade, e o Presidente não enxerga. O bandido faz o que quer, e o Presidente não vê. Este é o nosso problema: acreditarmos que temos justiça, que temos parâmetros sociais que não podemos transgredir, pois, se nós transgredirmos, seremos punidos. Nós estamos desacultuando o povo brasileiro quanto ao cumprimento das leis. Dizem que esses calibres que matam são de competência do Estado! São da competência da Polícia Federal! Contrabando, narcotráfico, são esses os fatos que estão fazendo morrer os inocentes da sociedade brasileira. E, com essas informações, eu acredito que o debate tenha sido esclarecido. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Excelência.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, o nosso Partido realizou, nesse final de semana, em Brasília, uma convenção extraordinária que tinha como fito acabar com a candidatura à Presidência da República. Mas eu quero dizer a esta Casa, aos Srs. Vereadores que nós saímos da convenção, Ver. Elói, convencidos de que não foi rejeitada a proposta de candidatura própria, mas foram rejeitados os nomes que até então o Partido colocou à disposição.

Eu sou do tempo do final do MDB, sou fundador do PMDB, portanto tenho uma longa caminhada partidária. Digo que um Partido não pode abrir mão de um projeto nacional, porque, quando isso acontece, ele está abrindo mão de políticas públicas que dizem respeito ao dia-a-dia do cidadão, Ver. Ervino. Hoje eu digo, com toda a sinceridade e sem medo de errar, que votar no Lula ou votar no Alckmin, para mim, é a mesma coisa, porque ambos representam o mesmo projeto. E não estou falando sob o ponto de vista pessoal. Mas os projetos que os dois representam são a mesma coisa. Vamos lá: juro alto, concentração de renda, crescimento pífio e muita corrupção.

A corrupção no Brasil não existe só no Governo do Lula, mas também com o Governo Lula. Se olharmos as privatizações, começando pela Vale do Rio Doce, cá para nós, elas têm de ser questionadas. Se olharmos a reeleição do Presidente Fernando Henrique, a Emenda da reeleição, veremos que tivemos os mesmos problemas que vivenciamos hoje do ponto de vista do “mensalão”.

Com isso eu quero dizer, meus queridos amigos e Vereadores - e saúdo aqui o ex-Deputado Hermes Zanetti, que muito nos honra -, que continuo achando que há um espaço enorme para que uma proposta de política pública alternativa seja colocada, para que a população brasileira tenha uma alternativa e, olhando este cenário, diga o seguinte: “Não, eu não quero votar para ter juros altos, eu quero um Governo que não tenha a cara da corrupção, eu quero um Governo que tenha crescimento, eu quero um Governo que faça uma política social não-assistencialista”.

Nos momentos mais difíceis da história brasileira, lá esteve o MDB de guerra, esse Partido que tem 40 anos de lutas: na luta da Constituinte, das Diretas, na luta da anistia e no fim da tortura. O Partido, Presidente Dr. Goulart, não pode trair a si mesmo e muito menos trair o povo brasileiro, o povo brasileiro espera uma alternativa desse Partido que tem tanta história e que tem tantas contradições. Por isso, estou convencido, mais do que nunca... O Rio Grande havia oferecido Germano Rigotto, que ganhou na prévia e acabou, pelo formulismo, não sendo candidato. Não se desincompatibilizou, portanto não pode mais ser candidato, mas há um que está livre, que não é só do Rio Grande, que é um guerreiro, que é um brasileiro, chamado Pedro Jorge Simon, que poderá nos liderar nesse processo para a Presidência da República. Nós vamos trabalhar com essa lógica, com essa firmeza e com essa determinação, achando que o nome do Pedro Simon, por tudo que ele representa, poderá liderar não apenas o PMDB, mas muitos setores da sociedade civil brasileira que querem uma alternativa a tudo isso que está aí, porque tudo isso que está aí é antipovo, é crescimento baixo, é corrupção e é concentração de renda.

Portanto vamos continuar firmes. Voltei de Brasília não achando que o jornal está correto, não; a minha leitura é de que não sepultou a candidatura própria, de que a militância do Partido disse “não” aos dois candidatos colocados, mas estará lá no dia 11 para dizer “sim” a uma candidatura, especialmente se essa candidatura for a de Pedro Simon.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Solicitamos a nossa saudação ao ex-Deputado Hermes Zanetti, que aqui nos visita. (Palmas.) Muito obrigado. Ver. Ibsen, receba o nosso visitante ilustre.

O Ver. Paulo Odone está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PAULO ODONE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, ocupo o espaço de Liderança do meu Partido para me posicionar também sobre o tema político eleitoral, mas de forma mais abrangente, não só em relação ao quadro da disputa eleitoral que se avizinha.

Sabemos todos que vamos ter que escolher um novo Governo para este Estado no início de outubro. E o meu Partido, o PPS, tem uma posição muito clara sobre isso. Já se esgotaram todas as experiências de todos os Partidos, de todas as tendências do Rio Grande do Sul para assumirem o Governo do Estado. Por mais que tenham se esforçado, por mais que se esforcem, como o atual Governo, todos se deparam com as limitações de uma enorme crise financeira administrativa do Governo do Estado. Não há proposta eleitoral em que se possa dizer: “Vamos melhorar a qualidade da gestão, vamos simplesmente controlar os nossos custos, as nossas despesas e vamos aprimorar apenas a receita”. Nós estamos vendo que o quadro é terrível, e o eleitor vai ouvir todos os Partidos e vai estar prestando atenção para saber se estamos fazendo um concurso de fantasia, de demagogia, ou se somos tão ingênuos, ou se realmente vai haver uma proposta que queira fazer a cirurgia que o Estado reclama.

É por isso que o PPS, depois de analisar esse quadro, chegou à conclusão de que, assim como os empresários na área econômica do Estado acham que há que se fazer um pacto com metas a serem realizadas até 2020, a fim de tirar o Estado da estagnação perigosa que vai entrando, deve haver também um pacto político para que seja reestruturada a forma administrativa e até mesmo as condições que limitam o Estado, hoje, na sua administração. Isso precisa rigorosamente, profundamente ser feito. Nós, do PPS, estamos firmando um pré-pacto com os companheiros do PSB e com o PL. Vejam que há neutralidade nisso. O PPS, o PSB e o PL estão firmando um pacto pelo Rio Grande no sentido de que ou a classe política tem coragem - e temos coragem -, também as forças do setor privado e do terceiro setor, para reformular, repactuar as condições em que o nosso Rio Grande vive no terreno tanto financeiro e administrativo de Governo, quanto na sua economia, ou de novo vamos para quatro anos apenas de lamúrias e lamentações. O PPS avança, não quer apenas dizer que está fazendo uma terceira via, mas vai partir junto com o PSB e o PL para fazer um profundo estudo e um lançamento de um pacto pelo Rio Grande.

Por isso vemos com simpatia o esforço da Assembléia Legislativa de chamar todos os Partidos para um pacto. É por isso que o nosso companheiro Cézar Busatto aceitou, e o Prefeito Fogaça abriu mão por dois meses e pouco; Busatto deixará a sua função na Prefeitura, de conduzir a Governança Solidária, que nós sabemos que é o lastro desta Administração, porque é um comprometimento com a cidadania, com a sociedade, com a nossa Cidade. E, já que é o nosso companheiro Busatto não é candidato a nada, nem pode mais ser, porque está incompatibilizado, vai poder emprestar seu serviço de novo à Assembléia, retomando o seu mandato de Deputado Estadual, podendo com isso - porque não concorre, não compete com nenhum Deputado atual, nem com os candidatos futuros - ficar à vontade para procurar todos os Partidos e conduzir a elaboração do pacto.

São dois caminhos diversos: o PPS em si, junto com o Partido Socialista Brasileiro; o PSB e o PL estão tratando de fazer o seu pacto. Esse já estamos firmando agora, vamos dar força ao pacto político da Assembléia Legislativa. Queremos estabelecer diálogo com as classes empresariais, para, com elas, também descobrir o caminho. Não temos preconceitos de debater com ninguém. Gostaríamos muito, muito de ver o PT e o PCdoB também dialogarem conosco a respeito dos caminhos, afastar fantasmas de que isso seja só discurso eleitoral - ou não seja -, ou corrigir rumos e, quem sabe, aprofundar criticamente esse tipo de proposta.

Para nós do PPS, para nós do PL e do PSB, importa-nos a absoluta neutralidade e distanciamento do quadro eleitoral, firmar um pré-pacto pelo Rio Grande. Esperamos que o pacto que quer se fazer na Assembléia, e que os empresários do setor privado estão a propor, possa se afinar numa reforma profunda, viabilizando o próximo Governo deste Estado. Não adianta somente trocarmos as siglas. Essa é a proposta do PPS, e eu me congratulo pelo fato de o meu Partido ter conseguido construir isso, e que o PSB tenha vislumbrado isso, e que o PL esteja também nos dando seu selo nesse trabalho que há de ser conjunto. Estamos abertos a todas as forças políticas para aprofundar isso. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; colegas Vereadores e colegas Vereadoras, venho aqui, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, em nome da nossa Líder Sofia Cavedon, primeiro para manifestar a nossa posição de Partido e dar todo o apoio, Sr. Presidente, à sua ação como Presidente desta Casa pelo desserviço da matéria publicada hoje pela manhã no maior veículo de informação do Rio Grande do Sul, mostrando ações desta Casa e insinuando um desserviço à democracia de Porto Alegre. Como já foi dito por outros Vereadores aqui, defendemos, sim, a liberdade de imprensa, mas esta Casa, Ver. João Dib e outros colegas, trabalha, e trabalha muito. Portanto, esta é a posição do Partido dos Trabalhadores, damos todo o apoio ao fortalecimento da instituição democrática Câmara de Vereadores de Porto Alegre.

 Dito isso, eu não poderia deixar de falar do principal tema que estamos discutindo hoje, que o Brasil está discutindo: hoje, o Iraque é aqui. Infelizmente, todos os jornais estão dizendo isso: “O Iraque é aqui”. Não que queiramos isso, não que defendamos isso, mas temos que, sim, buscar responsabilidades políticas e estruturais. E venho aqui para mostrar dados e fazer este debate de uma maneira muito tranqüila.

A Segurança Pública é responsabilidade das três esferas: Município, Estado e União. O Governo Federal é responsável pela Polícia Federal, é responsável pela Polícia Rodoviária Federal e é responsável pela Coordenação do Serviço Público de Segurança Pública.

E aí eu quero dizer o seguinte: houve o fortalecimento institucional da Polícia Federal. No último período recente, houve a contratação de três mil policiais federais, um aumento de 33% no efetivo e um reforço de 2.200 homens para a Polícia Rodoviária Federal; um aumento de 25% superior ao ano de 2002, o último ano do Governo Fernando Henrique Cardoso. E também quero dizer, com muita tranqüilidade, o que o Governo Lula está fazendo, e com muita eficácia. Durante o Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Polícia Federal realizou 183 operações e - olhem, senhores e senhoras - 2.961 prisões. Uma média de 987 presos por ano. Figurões de alto escalão. Peixes grandes, não é coisa pequena, não. Vamos comparar com os dois últimos anos do Governo do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, quando foram realizadas 20 operações; portanto, 20 operações contra 183 operações.

E temos que dizer com muita clareza: a última operação que estourou na sexta-feira passada foi a Operação Sanguessuga, foram presos Deputados Federais - e toda a sua estrutura - que roubavam do serviço de Saúde Pública da União. São 62 Parlamentares, a maioria deles coordenados por quem? Pelo PSDB, PFL, PTB, PP, PMDB. Isso tem que ser dito com muita tranqüilidade! Os três Deputados-Líderes João Caldas, Jefferson Campos e Wanderval Santos, do PL e do PTB, só esses três têm Emendas em sete milhões. De 2001 até hoje, foram roubados nada mais nada menos do que 60 milhões da Saúde Pública. Por quem? Pela máfia “sanguessuga”! Por que a máfia “sanguessuga” veio à tona publicamente? Porque o Governo Lula, através da Polícia Federal, mandou investigar e prender. Tem de prender os ladrões! Sejam de qual Partido for! É isso que nós temos que fazer. Isso acontecia há bem pouco tempo? Não, não acontecia.

E vamos dizer mais: vejamos o Governo Federal e o Rio Grande do Sul nos últimos três aos. Em 2004, por exemplo, o Governo do Germano Rigotto investiu 30% na Segurança Pública do Estado, enquanto que 70% foi investimento do Governo Federal. Em 2005, o Governo Rigotto investiu 37%, e o Governo Federal investiu 63% na Segurança do nosso Estado. É suficiente o investimento do Governo Federal? Não, não é suficiente! Mas vir aqui defender que o Governo do Estado tem cumprido a sua parte...! Nem na proporção com o Governo Federal!

Meus senhores e minhas senhoras, agora vamos para fatos concretos: o Estado de São Paulo foi tomado por assalto. Que Administração é essa? É a Administração de choque do Governador Alckmin e do seu Vice, PSDB e PFL. E mais ainda: é a Administração da arrogância, é a falta de respeito com a Segurança Pública, que têm feito tombar... O Presidente Lula, assim que ficou sabendo do episódio, determinou que a Polícia Federal fosse imediatamente ajudar São Paulo, assim como o Exército, assim como as Forças Armadas. Qual foi a resposta do Governador que lá está, Líder do PFL? “Não, não queremos; nós iremos resolver sozinhos!” Muitos outros tombaram nessa noite, e, hoje, ao meio-dia, mais dois policiais tombaram. Isso é responsabilidade da Administração de choque do Estado de São Paulo, coordenada pelo então Governador Alckmin e, hoje, pelo seu capataz, do PFL. Bem, vamos continuar com isso? Queremos essa Administração no Governo Federal, meus caros colegas aqui do PSDB, PFL? Claro que não!

Para concluir, Sr. Presidente, hoje está dito nos jornais da Capital o seguinte: “Opinião pública brasileira no Estado de São Paulo no último domingo: 58% dos entrevistados apóiam o Governo Luiz Inácio Lula da Silva, dizendo que este Governo está no caminho correto”. É por isso que todas as pesquisas apontam o Presidente da República, que se reelegerá, inclusive, no 1º turno. Muito obrigado, Sr. Presidente. E queremos continuar a fazer este debate: qual é o papel da União? Qual é o papel do Estado? Qual é o papel do Município?

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, eu acho que a sociedade está esperando que os seus representantes, aqui em Porto Alegre, realmente façam essas discussões ligadas ao campo da Segurança Pública. Precisamos, de alguma forma, nos envolver, para sabermos qual o caminho que, como representantes da sociedade em Porto Alegre, vamos indicar para a solução dos problemas.

Eu lembro - e não é um passado muito distante, é um passado próximo - que o PT e os Partidos ligados ao PT começaram a fazer uma política de proteção a estupradores, a assassinos e contrária aos policiais, chegando a um cúmulo tamanho que os policiais, hoje, Ver. Haroldo de Souza, têm medo de fazer qualquer tipo de enfrentamento com os marginais, porque não sabem, exatamente, qual será a punição que vão receber se, porventura, agirem com uma agressividade um pouco maior. O PT e os seus aliados simplesmente fizeram com que os aparelhos repressores do Estado ficassem amedrontados no enfrentamento da bandidagem. Quantas vezes eu vi a Deputada Maria do Rosário defendendo lá os marginais! Quantas vezes eu vi os Deputados ligados ao PT defendendo lá os marginais!

E agora eu ouço uma cantilena dizendo que o crime, praticamente, está num terreno difícil de ser enfrentado; que a culpa, Ver. Sebenelo, é do nosso Partido, que a culpa é do PFL, que a culpa é do PDT - a culpa sempre é dos outros! Aliás, eles são useiros e vezeiros de fazer exatamente isso. E não querem fazer uma auto-análise sobre a conduta do PT, do PCdoB e dos Partidos ligados a este Governo Federal malvisto e malquisto por todos nos últimos tempos. Senão eles tinham que chegar aqui na tribuna e pedir, por exemplo, que aquele um bilhão de reais, que foi roubado da sociedade brasileira através dos “mensalões”, fosse devolvido! Que aquele dinheiro que foi apropriado por lideranças do Presidente, lideranças ligadas aos Partidos que estão aliados ao PT no Governo Federal, que esse dinheiro, que foi apropriado por essas lideranças, fosse devolvido, principalmente para que essa política de Segurança Pública pudesse receber maiores recursos. Mas não!

Em vez disso, o que nós lemos hoje nos jornais e revistas? Que o PT está envolvido na candidatura do Sr. Palocci, porque, de acordo com os Líderes petistas, o Sr. Palocci é uma das vítimas que eles têm que resgatar. Então, vai ser, realmente, um grande trabalho esse que vai ser executado pelo PT de São Paulo para eleger o Palocci como Deputado Federal. Assim como o Sr. José Genoíno, ex-Presidente do PT, também participante do “mensalão”, um dos líderes do “mensalão”, que também vai receber ajuda do Partido em São Paulo para que possa se eleger Deputado Federal.

E é exatamente dentro desse clima de corrupção, de insegurança por que passa a Nação brasileira que as autoridades ficam sem condições de combater o crime organizado. Porque o crime organizado, como já se diz, sabe os caminhos que deve trilhar; sabe muito bem o crime organizado que, pela desorganização do Estado e exatamente contando com a colaboração desses políticos corruptos que pertencem a esses Partidos do Governo Federal, ele pode, simplesmente, fazer suas ações sem ter medo de repressão. Se forem reprimidos, se a Polícia agir com alguma agressividade, o que vai acontecer é que os Deputados do PT e os Deputados dos Partidos ligados ao PT vão aparecer no cenário e invocar os direitos humanos para proteger os criminosos, os estupradores, os ladrões e todos aqueles que foram protegidos até agora por esses Partidos responsáveis pela infelicidade da sociedade brasileira, responsáveis pelo estágio em que nós chegamos. Esse estágio infelizmente, para todos nós, nos coloca numa encruzilhada, nós não sabemos para onde nos dirigir, nós não sabemos qual é a tábua de salvação a esta altura dos acontecimentos.

Mas eu acredito que, com a dignidade do ex-Governador Geraldo Alckmin, que se candidata à Presidência da República, talvez esse seja realmente o caminho mais seguro que tenhamos a seguir, para que possamos chegar a uma Nação com a qual nós sonhamos: boa e igual para todos os brasileiros.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Visivelmente não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h08min.)

 

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